Casos de crianças com doenças virais aumentam em PE

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) tem observado uma tendência de aumento de casos com necessidade de internação

por Victor Gouveia qui, 06/04/2023 - 11:10
Júlio Gomes/LeiaJáImagens/Arquivo Adultos e crianças em um parque no Recife Júlio Gomes/LeiaJáImagens/Arquivo

A mudança de temperatura entre os dias de chuva e sol das últimas semanas parece ter prejudicado as crianças do Grande Recife. Na busca por atendimento médico, os pais encontram emergências pediátricas lotadas devido aos mesmos sintomas: tosse, febre, coriza e dor no corpo. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) aumentou a vigilância e acompanha os efeitos desse surto. 

A infectologista pediátrica Alexsandra Costa explicou que o estado atravessa o período sazonal de doenças respiratórias, que vai de março a julho, tempo em que a transmissão de quadros virais entre crianças é mais presente.  

“Todos os anos, nessa mesma época, observamos um aumento dos quadros respiratórios na infância superlotando as emergências pediátricas. Esse período une a circulação de vários agentes infecciosos virais, como o VSR, Influenza, rinovírus, SARS-CoV-2", ressaltou a médica. 

Além dos principais sintomas, ela destacou que também é comum que alguns pacientes apresentem diarreia, dor abdominal, falta de apetite e vômitos. Em relação aos dados da SES referentes a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), 96 casos foram notificados na última semana, sendo 86 em crianças até os cinco anos. 

Ainda sem diagnóstico preciso, 69 casos são analisados pela pasta. Outros 24 foram descartados para a Covid- 19 e três tiveram a infecção confirmada. Alexsandra reforça a importância de aderir à vacinação, sobretudo da gripe e do coronavírus. Ela acrescenta que a prevenção nesses casos se dá pelo cuidado ao lavar as mãos e evitar aglomerações.  

Também é importante que os pais estejam comprometidos com as outras crianças e não mandem os filhos doentes para creches e escolas, e mantenha o uso de máscara na criança sintomática. “O tratamento deve ser individualizado a cada caso, a depender dos sintomas e do agente etiológico provável”, disse a infectologista, que reforçou a necessidade de os pais buscarem atendimento médico especializado. 

A SES informou que acompanha a evolução dos casos nos serviços de saúde junto à Central de Regulação Hospitalar do Estado e apontou a tendência de aumento de internações. 

“Até o momento, a Central de Regulação junto à rede assistencial tem observado uma tendência de aumento dos casos com necessidade de internação e que está em estado de vigilância diária quanto ao número de casos. A Central ainda esclarece que essa tendência de aumento não está relacionada a casos de covid positivo, e sim, aos demais vírus, principalmente influenza tipo B”, citou em nota.

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