Papa recebe líder copta em audiência inédita no Vaticano

Teodoro II (Tawadros II) faz uma visita de quatro dias ao papa Francisco para comemorar o 50º aniversário do encontro entre Paulo VI e o líder ortodoxo Shenouda III

qua, 10/05/2023 - 10:18
Handout Papa Francisco com o líder da Igreja Ortodoxa de Alexandria, papa Teodoro II (na 1ª fila, à esq.); com o bispo copta ortodoxo de Londres, Anba Angaelos; e outros prelados coptas na praça São Pedro, Vaticano, em 10 de maio de 2023 Handout

O papa Francisco, líder da Igreja Católica, e o patriarca egípcio Teodoro II, líder da Igreja Copta, presidiram a audiência geral no Vaticano, nesta quarta-feira (10), um gesto inédito de amizade entre as duas religiões.

Teodoro II (Tawadros II) faz uma visita de quatro dias ao papa Francisco para comemorar o 50º aniversário do encontro entre Paulo VI e o líder ortodoxo Shenouda III, ocorrido em maio de 1973. Com ele, iniciou-se o diálogo entre as duas igrejas.

O pontífice argentino abraçou calorosamente o chamado "papa copta", que falou para milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro para a tradicional audiência geral das quartas-feiras.

"Aprecio tudo o que você fez nesses 10 anos de serviço ao mundo em todos os campos. Rezo para que Cristo o conserve em plena saúde e lhe conceda a bênção de uma vida longa", disse Teodoro II, dirigindo-se a Francisco.

"Caro amigo e irmão Teodoro (...) Agradeço-lhe sinceramente por seu compromisso com a crescente amizade entre a Igreja Ortodoxa Copta e a Igreja Católica", devolveu Francisco.

Este é o terceiro encontro entre os dois líderes religiosos após a primeira visita do patriarca ortodoxo ao Vaticano em 2013 e o encontro em 2017 durante a viagem do papa Francisco ao Egito. Na ocasião, assinaram uma declaração conjunta, reafirmando seus laços de "fraternidade e amizade", apesar da separação das duas religiões.

Os coptas representam a maior comunidade cristã no Oriente Médio, com cerca de 10% dos aproximadamente 100 milhões de habitantes do Egito. Sofreram represálias de islâmicos, sobretudo, após a queda do presidente islâmico Mohamed Mursi em 2013, quando igrejas, escolas e casas foram incendiadas.

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