Onda de calor no hemisfério norte persiste
As autoridades de saúde emitiram alertas para calor extremo nos Estados Unidos, Europa e Ásia
A onda de calor que afeta o hemisfério norte prossegue nesta terça-feira (18) com incêndios ativos na Grécia e nos Estados Unidos, assim como um possível recorde de temperatura para o continente europeu na Itália.
As autoridades de saúde emitiram alertas para calor extremo nos Estados Unidos, Europa e Ásia, com recomendações para hidratação constante e para que que as pessoas se protejam do sol, em mais uma demonstração dos efeitos diretos da mudança climática.
A Europa, o continente com o ritmo de aquecimento mais rápido do mundo, pode registrar recordes de temperatura nas ilhas italianas da Sicília e da Sardenha, onde a agência espacial europeia prevê que os termômetros devem alcançar 48ºC.
O recorde atual de temperatura no continente é 48,8º graus centígrados, registrados na Sicília em 2021, confirmou na segunda-feira a Organização Meteorológica Mundial (OMM) da ONU.
"O recorde pode ser quebrado nos próximos dias", alertou a agência espacial europeia.
O mundo acaba de vivenciar o mês de junho mais quente da história e julho pode seguir o mesmo caminho, de acordo com a OMM.
- Incêndios na Grécia -
O calor também é sufocante na Grécia, com picos de até 44ºC e vários incêndios perto de Atenas, que provocaram a fuga de 1.200 crianças de um acampamento de verão ameaçado pelas chamas em Loutraki, 80 km ao oeste da capital.
Os bombeiros lutavam contra incêndios em Kouvaras e nas localidades turísticas de Lagonissi, Anavyssos e Saronida, todas na região de Atenas. Muitos moradores abandonaram a região
O incêndio mais violento acontecia na floresta de Dervenochoria, 50 quilômetros ao norte de Atenas.
O secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Petteri Taalas, alertou que os "fenômenos meteorológicos extremos têm importantes repercussões na saúde humana, nos ecossistemas, na economia, na agricultura, na energia e no abastecimento de água".
Ele insistiu na urgência de reduzir as emissões de gases do efeito estufa.
As autoridades italianas alertaram a população para "uma das ondas de calor mais intensas de todos os tempos". Na capital Roma, a temperatura atingiu 39ºC na segunda-feira.
No Chipre, o termômetro superou 40 graus, enquanto na Espanha chegou a 44,7ºC na cidade de Jaén (sul).
- "Ameaça para a humanidade" -
Na Ásia, as temperaturas elevadas se alternam com chuvas torrenciais, em parte provocadas pelo acúmulo de água evaporada na atmosfera.
A China registrou a temperatura de 52,2ºC no domingo, na região de Xinjiang (oeste), um recorde para meados de julho. O Japão emitiu alertas para temperaturas elevadas em 32 dos 47 municípios do país.
No Vietnã e sul da China, 250.000 pessoas procuraram abrigos antes da passagem do tufão Talim.
A Coreia do Sul tem previsão de fortes chuvas até quarta-feira. As tempestades dos últimos dias provocaram 41 mortes no país.
A mudança climática "é uma ameaça para a humanidade", afirmou em Pequim o enviado da Casa Branca para o clima, John Kerry, durante uma viagem para estimular a retomada da cooperação na questão ambiental entre Estados Unidos e China, os dois maiores poluentes do planeta.
- Onda de calor "opressiva" nos EUA -
Nos Estados Unidos, os serviços meteorológicos alertaram para uma onda de calor "opressiva" no sul e oeste do país.
No famoso Vale da Morte, na Califórnia, um dos lugares mais quentes do planeta, a temperatura oficial atingiu 52°C no domingo.
Vários incêndios também afetam o sul do estado e já destruíram mais de 3.000 hectares. Vários moradores foram obrigados a abandonar suas casas.
Na Flórida, a cidade de Miami emitiu o primeiro alerta de "calor excessivo" em sua história. E no Arizona, a capital Phoenix teve o 18º dia seguido com temperaturas acima dos 43ºC, igualando um recorde.
No Canadá, mais de 10 milhões de hectares foram destruídos por incêndios desde o início do ano. Na segunda-feira, 882 focos permaneciam ativos, incluindo 579 considerados fora de controle.
Como em outras ocasiões no último mês, a fumaça desce até os Estados Unidos, provocando alertas pela má qualidade do ar em grande parte do nordeste do país.