OMS: Consumo excessivo de antibióticos reduz sua eficácia

A agência de saúde da ONU estima que se não houver uma intervenção imediata contra a resistência aos antimicrobianos poderá haver até 10 milhões de mortes por ano até 2050

qui, 23/11/2023 - 08:57
Pixabay Vários comprimidos Pixabay

O consumo excessivo de antibióticos reduz sua eficácia e aumenta a resistência a estes medicamentos, um fenômeno que pode ser responsável por 10 milhões de mortes anuais no mundo até 2050, advertiu nesta quinta-feira o braço europeu da Organização Mundial da Saúde (OMS).

"Embora a RAM, a resistência aos antimicrobianos [uma categoria que inclui os antibióticos], seja um fenômeno natural, o desenvolvimento e a propagação das superbactérias são acelerados pelo uso abusivo de antimicrobianos, o que complica o tratamento eficaz das infecções", indica a OMS Europa, que engloba 53 países e se estende até a Ásia Central.

"Todos os países de nossa região tramitam normativas para prevenir o uso abusivo de antibióticos (...) A aplicação destas normas permitiria resolver a maioria dos problemas relacionados ao consumo abusivo de antibióticos", destacou Robb Butler, responsável pela divisão de doenças contagiosas.

A agência de saúde da ONU, com sede em Genebra, estima que se não houver uma intervenção imediata contra a resistência aos antimicrobianos poderá haver até 10 milhões de mortes por ano até 2050.

A principal preocupação das autoridades são as más práticas na hora de receitar antibióticos.

Um estudo realizado em 14 países da região, situados no leste da Europa e Ásia Central, mostra que as razões invocadas para o uso de antibióticos correspondem em 24% a casos de resfriado, seguidos de sintomas gripais (16%), dor de garganta (21%) e tosse (18%).

"Esta situação é preocupante, porque estes sintomas frequentemente são relacionados a vírus contra os quais os antibióticos não são eficazes", destaca o comunicado da OMS Europa.

O estudo foi realizado na Albânia, Armênia, Azerbaijão, Belarus, Bósnia e Herzegovina, Geórgia, Cazaquistão, Quirguistão, Montenegro, Macedônia do Norte, Moldávia, Tajiquistão, Turquia e Uzbequistão.

Um terço das cerca de 8.200 pessoas entrevistadas disse ter usado antibióticos sem receita médica, de acordo com outra sondagem.

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