Nova sede do TSE é reprovada no teste de acústica
Depois de gastar R$ 327 milhões na construção de uma moderna e sofisticada sede, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi reprovado no teste da acústica.
Responsável por decidir o futuro de políticos, a Corte dedicou parte de sua sessão de julgamentos da terça-feira a discutir problemas de acústica do prédio. Projeto por ninguém menos que Oscar Niemeyer, o edifício, inaugurado em dezembro, tem 115.578 metros quadrados.
Ministros reclamaram que não entendiam o voto de seus colegas. Marco Aurélio Mello chegou a pedir vista de dois processos, alegando que não tinha condições de votar, pois não havia compreendido o que o relator tinha dito. "Não vejo como tocar as sessões dessa forma", disse Marco Aurélio. Ele chegou a sugerir que o plenário do TSE se instalasse provisoriamente em outra sala ou até no Supremo Tribunal Federal (STF).
Outro ministro, Marcelo Ribeiro, disse enfrentar dificuldades para votar por causa da ressonância existente na sala. O presidente do TSE, Ricardo Lewandowski, informou que o consórcio responsável pela obra ficou de apresentar uma solução neste mês - serão feitos alguns reparos, sem custo para o tribunal.
Apresentado em 2006, o projeto começou a ter andamento no ano seguinte - quando Marco Aurélio, presidindo a Corte, emitiu a ordem de serviço para seu início. Na sessão de terça-feira, Marco Aurélio chegou a dizer que daqui a pouco teria de se consultar com um otorrinolaringologista porque não estava entendendo nada do que os colegas falavam. Admitiu ainda ter saudades do prédio antigo do TSE. Lewandowski discordou.
De acordo com informações divulgadas ontem pelo TSE, há um problema reverberação de som no plenário, devido ao seu formato de cúpula. Não há problemas nos equipamentos, mas na configuração do ambiente.
Segundo o TSE, o consórcio Via-OAS concluiu, durante a construção, que duas medidas bastariam para conter a reverberação: colocar três placas de gesso no teto e aumentar a área do carpete, instalado no chão e nas paredes. No entanto, as medidas não foram suficientes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.