Convocados a depor na CPI conseguem direito a silêncio
Os três convocados pela CPI do Cachoeira ligados ao governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), conseguiram habeas corpus do Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir o direito de ficar em silêncio no depoimento agendado para esta quinta-feira. Dessa forma, Cláudio Monteiro, ex-chefe de gabinete de Agnelo, Marcello Lopes, ex-assessor da Casa Militar do DF, e João Carlos Feitoza, ex-subsecretário de Esportes da capital federal podem se recusar a responder às perguntas.
Monteiro é citado em escutas telefônicas como suposto facilitador do esquema do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, no DF. Em entrevista à Agência Estado, o advogado de Monteiro, Sandro Rogério Monteiro, negou todas as acusações feitas contra seu cliente e disse que mesmo com o habeas corpus o ex-chefe de gabinete de Agnelo estaria interessado em esclarecer a participação dele no caso.
Monteiro pediu demissão do cargo em 10 de abril, depois da divulgação de gravações de grampos telefônicos da Polícia Federal em que o araponga Idalberto Matias, o Dadá, pede ao ex-diretor da Delta Construções Cláudio Abreu que pague propina ao ex-chefe de gabinete para indicar uma pessoa do grupo para o cargo de diretor do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), estatal que cuida do lixo na capital. A Delta é detentora do contrato. A PF afirmou ainda que Monteiro teria recebido um aparelho Nextel do grupo de Cachoeira para permanente contato.
Outro convocado, Marcello Lopes, conhecido como Marcelão, teria conseguido a nomeação de um aliado de Cachoeira no Serviço de Limpeza Urbana da capital. Ele conseguiu um habeas corpus da ministra Cármen Lúcia na quarta-feira.
O último convocado a depor é o ex-subsecretário João Carlos Feitoza, suspeito de receber dinheiro do grupo de Cachoeira, que conseguiu o habeas corpus do ministro Marco Aurélio Mello.