Eduardo Campos fala do crescimento do PSB após eleições
O governador comentou dos resultados e não quis se comprometer com as eleições de 2014
Sem discursos e se colocando à disposição da sabatina dos jornalistas. Assim, o governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, iniciou a coletiva de imprensa cedida no Salão de Eventos da Sede Provisória do Governo, localizado no Centro de Convenções, em Olinda, nesta segunda-feira (29). Durante a conversa de mais de uma hora, ele interrompeu as respostas e atendeu um telefonema da presidente Dilma Rousseff (PT).
Logo no início da entrevista, o governador foi questionado sobre a possível eleição à presidência da república em 2014. Mas, ele fez um longo comentário sobre o encontro que terá com os prefeitos eleitos do PSB e não se comprometeu quanto à candidatura. “Estamos muito felizes com o resultado das eleições, pois das sete disputas que participamos, ganhamos em seis. Agora realizaremos um seminário nos dias 30 de novembro e 01 de dezembro em Brasília, com os prefeitos eleitos do partido. Já sobre 2014, vamos deixar isso mais para frente”, declarou Eduardo que logo em seguida pediu licença para atender uma ligação de Dilma. “Vou com o compromisso de que direi a vocês, parte do que ela me disser”, falou em risos antes de se ausentar.
Na volta, o governador apenas fez um breve comentário da conversa. “Ela pediu para eu ser muito discreto com vocês. Me parabenizou pelo resultado do PSB nas eleições e em nesses dias nos reuniremos', afirmou Campos, que não quis revelar o teor da conversa.
Com um crescimento de 42% num análise do primeiro e segundo turno, segundo o governador, o PSB foi o partido que conseguiu reeleger mais candidatos entre as capitais nordestinas, chegando a cinco. Além disso, também teve um índice de 72% de prefeitos reeleitos, enquanto os demais partidos alcançaram uma média de 50%. No entanto, apesar dos bons resultados, o governador comentou as derrotas. “Quando a gente perde, temos que ver onde falhamos. Esfriar a cabeça e fazer uma análise” reconhece Eduardo.
O presidente do PSB também foi indagado sobre um possível rompimento com Dilma, devido às últimas solicitações que fez sobre as secas, o apagão ocorrido na última quinta-feira (25) e o pacto federativo. Explicando um por um, ele negou o distanciamento com a presidente. “Temos uma relação de muito respeito. Sobre a estiagem há uma comissão formada, que inclusive foi sugerida por Dilma, que se reúne sempre. Fazemos um relatório periodicamente e dessa vez, além de enviarmos à comissão nacional, copiamos à presidente”, explicou respondendo logo sem seguida as outras perguntas. “Não é natural se passar três horas para voltar à energia. Os próprios técnicos preveem 40 minutos. Já sobre o pacto federativo, eu sempre defendi para que haja uma redistribuição dos recursos e que sejam fortalecidos os municípios e estados”, explica o governador.
O socialista agradeceu a ação da Secretaria da Defesa Social (SDS), que em parceria com outros órgãos, prendeu hoje (29) o assassino e ex-marido de Maristela Just. Nas congratulações citou inclusive, o Movimento das Mulheres Pernambucanas e o senador Humberto Costa em nome de todos os políticos envolvidos pela causa.
Eduardo, disse ainda que, apesar do apoio a Fernando Haddad (PT) na capital paulista, o PSB deve seguir na base de apoio a Geraldo Alckmin no Estado de São Paulo. Ele também retomou o assunto de 2014, respondendo uma das perguntas, mas pediu para adiar a conversa. “O quanto mais deixarmos 2014 para 2014, será melhor. O Brasil estando bem em 2014 é melhor para todos que fazem política. Não vamos antecipar disputas”, declarou.
Além do seminário com os prefeitos eleitos do PSB, o governador disse que na segunda quinzena de janeiro se reunirá com todos os prefeitos eleitos de Pernambuco. Indagado sobre a relação com Lula, disse não querer saber de fofocas. "Uma relação de tantos anos, de momentos bonitos, de momentos duros, não vai ficar ao sabor do disse-me-disse. Lula e eu temos maturidade para colocar cada coisa em seu lugar", declarou e logo após citou que as eleições serão uma lição. “Há coisas na vida que acontecem para a gente refletir, mas agora vamos buscar o que une e o que afasta vamos separar”, completou Campos.