PF e Procuradoria devem investigar morte de jornalista
A Polícia Federal e a Procuradoria da República devem participar das investigações do assassinato do jornalista Rodrigo Neto de Faria, de 38 anos, que aconteceu em Ipatinga, no Vale do Aço mineiro, no dia 8. Nesta terça-feira, a ministra Maria do Rosário, da Secretaria Nacional de Direitos Humanos da Presidência da República, participou de audiência pública na cidade com representantes da Polícia Civil, Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Ministério Público Estadual (MPE), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SJPMG) e pediu agilidade na apuração do caso e punição exemplar para os culpados.
"Queremos dar um exemplo ao País, de que crimes desta natureza não podem ficar impunes", afirmou Maria do Rosário, que nesta quarta-feira (20) deve se reunir com o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, para pedir apoio da PF na apuração do assassinato de Faria e de outros crimes no município. O jornalista era conhecido por denunciar crimes com suspeita de envolvimento de policiais e de pessoas influentes na região, até mesmo os que teriam participação de grupos de extermínio.
Na audiência desta terça-feira, também estiveram presentes os presidentes da OAB nacional, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, e da seção mineira da entidade, Luís Cláudio Chaves. A Ordem pretende pedir ao governador de Minas, Antonio Anastasia (PSDB), agilidade nos processos administrativos que tramitam contra policiais lotados na cidade. "O Rodrigo morreu por causa do trabalho de jornalista contra os grupos de extermínio. É preciso uma mudança geral na polícia de Ipatinga. Nem todos (policiais) estão envolvidos com o crime, mas alguns protegem os criminosos ou têm medo de apurar as denúncias", disparou o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia mineira, Durval Ângelo (PT), autor do pedido de realização da audiência.
Maria do Rosário participou do evento acompanhada de cinco integrantes do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH) e afirmou que o caso será acompanhado de perto. Ela também se encontrou com delegados que participam das investigações, entre eles Emerson Morais, do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DIHPP), enviado de Belo Horizonte para Ipatinga para investigar o assassinato de Faria. Mas um dos policiais envolvidos na apuração afirmou que o caso "é complexo" e que os trabalhos devem ser feitos de forma "cuidadosa" para assegurar punição aos culpados.