Brasil e Egito firmam acordos de cooperação técnica
Parcerias são nas áreas agrícola, econômica, social e cultural. Governantes também conversaram sobre conflitos na região árabe
Os governos do Brasil e do Egito assinaram sete acordos de cooperação técnica nas áreas agrícola, econômica, social e cultural. Em Brasília nesta quarta-feira (8), o presidente egípcio, Mouhamed Mursi, foi recebido pela presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto.
Por quase duas horas, eles conversaram sobre a troca de experiências de desenvolvimento social e agrário, além de parcerias a ações de maio ambiente e saúde. Foi assinado ainda um memorando para intercâmbio entre as bibliotecas nacionais dos dois países. O principal motivo da visita é a análise da experiência brasileira na implementação de programas de transferência de renda, agricultura familiar e estímulo da produção através da compra de alimentos pelo governo.
Durante pronunciamento à imprensa, Dilma elogiou as ações da gestão de Morsi. “Esse é um governo que busca dar expressão aos legítimos anseios do povo egípcio pela liberdade, desenvolvimento e justiça social”, disse.
Os dois governantes também conversaram sobre a cooperação na indústria militar, inclusive na aviação. “Temos vários horizontes, com relações promissoras. Além disso, queremos aproveitar a experiência do Brasil para aplicar na nossa região”, frisou o presidente do Egito. “Precisamos, para isso, de vários investidores brasileiros para investirem mais no Egito”, salientou ele. Dilma, inclusive, expressou o desejo de o governo organizar missões empresariais brasileiras ao Egito ainda neste ano.
Os governantes também conversaram sobre os conflitos na Palestina e na Síria. “O Brasil reconhece a necessidade do Estado Palestino para alcançar a paz naquela região. Também condenamos quaisquer atos de violência na Síria e defendemos um cessar fogo imediato, porque acreditamos que apenas o diálogo pode trazer a paz para aquela região”, disse a presidente.
Na ocasião, Dilma defendeu mais uma vez a reformulação do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e do sistema de cotas e representação do Fundo Monetário Internacional (FMI).
O presidente do Egito permanece no Brasil até esta quinta-feira (9).
De 2002 a 2012, o volume de comércio entre Brasil e Egito cresceu sete vezes, evoluindo de US$ 410 milhões para US$ 2,96 bilhões. Nos últimos dois anos, o fluxo comercial bilateral cresceu 38% (2011-2012). Empresas brasileiras têm interesse em investimentos em obras de infraestrutura de energia e transportes no Egito.