Campos diz que se não administrasse PE iria às ruas

O socialista não quis associar as manifestações à imagem e atuação de Dilma

ter, 18/06/2013 - 16:19
Clélio Tomaz/LeiaJáImagens Mesmo se colocando aberto, governador disse que não ia concordar com tudo Clélio Tomaz/LeiaJáImagens

Foi de forma tranquila e passiva que o governador Eduardo Campos (PSB) comentou a manifestação marcada para a próxima quinta-feira (20), no Recife, através das redes sociais. Ele disse nesta terça-feira (18) que o processo, diferente de antigamente, possui uma cara nova e não quis associar o tema com a imagem que a presidente Dilma Rousseff (PT) poderá ter nas eleições em 2014.

O socialista descreveu as pessoas que estão participando dos atos públicos e garantiu que se fosse mais jovem e não administrasse o Estado, sairia às ruas também. “São os brasileiros que querem melhorar o Brasil, são pessoas como nós, eles podem não gostar do nosso jeito e das nossas opiniões, mas temos que respeitar para que as coisas sejam melhor. Claro que nesse processo apresenta como uma negação dos movimentos sociais e da políticas, mas não são todos que estão desconectados (com a política), alguns até têm muito contato com esse protesto que está nas ruas”, analisou.

A avaliação do gestor estadual foi apresentada durante coletiva de imprensa para anúncio de redução da passagem de ônibus nas cidades do Recife, Jaboatão dos Guararapes e Olinda. Durante o evento, Campos foi indagado do que estaria cansando a população brasileira, além das valores das passagens, levando-as às ruas. “Eles veem carregando seus sonhos e daí sai a pauta. Têm quem fale da PEC 37, dos transportes, outros falam da inflação, dos salários, isso está sendo vivido nas ruas de uma forma nova”, opinou.

Durante a conversa, o socialista disse que se reunirá com membros do Ministério Público de Pernambuco e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), além da Polícia Militar e outros órgãos da segurança. Segundo o socialista, a pauta discutida será manter a integridade de todas as pessoas que participarão do evento na próxima quinta-feira (20) e também das que não participarão. Em sua opinião, o ato representa a democracia. Ele também prometeu sentar e conversar com os organizadores do protesto para dialogar de forma aberta.

Colocando o governador em saia justa, uma das questões dirigidas a ele depois de se colocar a disposição em relação à manifestação, foi se estava faltando diálogo no governo Dilma. Depois de alguns segundos em silencio respondeu: “Eu não estou colocando nesse momento as coisas de forma que tenhamos mais problemas que já temos nesse horizonte. Acho que ela vai se colocar a disposição, assim como os prefeitos. No Congresso Nacional ontem (17), já colocaram esse tema”, se esquivou.

Mesmo demonstrando abertura para debater as pautas que deverão ser revindicadas pelos manifestantes, Eduardo Campos, frisou a inteligência e que não necessariamente acatará tudo. “Dialogar não quer dizer que vamos concordar com tudo, mas estamos usando aquilo que Deus nos deu: a inteligência. Usamos da democracia para isso, para conversar e se entender, eu acredito nisso”, reforçou.

Contexto político - A decisão do governador e possível candidato à presidência da República pode ser encarada como articulação política considerando que o anúncio da redução de R$ 0,10 centavos só aconteceu faltando apenas dois dias para o Recife parar, como prometem os manifestantes nas redes sociais.

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