Tucano fala dos desentendimentos de Aécio e Serra
O prefeito de Ipojuca também não acredita em candidatos do PSDB para governo de Pernambuco
O cenário a nível presidenciável para o PSDB do senador Aécio Neves é visto como difícil até pelos correligionários do tucano. Em virtude das brigas internas entre o ex-governador de Minas Gerais e Serra (PSDB), a conjuntura política é colocada como quase que improvável, como apresentou nesta segunda-feira (19), o prefeito de Ipojuca, Carlos Santana (PSDB).
Para o chefe do executivo municipal, o postulante mais preparado para 2014 é o governador Eduardo Campos (PSB). Quanto ao presidente da legenda que atua, ele, inicialmente limitou a elogiá-lo apenas como administrador estadual. “Eu acho que Aécio é um grande governador. Cuidou bem de seu Estado, eu acho que Minas viveu um momento ímpar. Ele como governador montou uma equipe muito boa, uma equipe muito competente que foi motivo também para que outros estados copiassem alguns modelos de gestão dele”, argumentou.
Já sobre a conjuntura da próxima eleição, Santana lembrou das desavenças dentro da sigla. “Lamentavelmente na minha concepção ele (Aécio) tem um problema interno muito grande que é essa questão com Serra. Não há o entendimento. Não tem unidade. Um puxa para um lado, um puxa para o outro, não tem coerência no PSDB, e lamentavelmente, isso vai prejudicar muito o PSDB”, reconheceu o tucano.
O gestor também relembrou a atuação do ex-presidente Fernando Henrique Cardozo (FHC), mas demonstrou sentir o não prosseguimento de suas ações. “O PSDB se afastou muito da sociedade, lamentavelmente passou esse tempo todo fora do governo. Fernando Henrique eu admiro muito, mas eu acho que ele é um estadista e não houve continuidade dos programas dele”, expôs.
Lula – Depois de elogiar Campos, reconhecer as dificuldades entre Serra e Aécio, Carlos Santana ainda enalteceu o trabalho do ex-presidente Lula. “Eu acho que o Nordeste nunca teve um presidente para se preocupar tanto com o povo nordestino como Lula fez, e isso fez com que o PSDB não evoluísse, porque quando FHC saiu, e os outros componentes do PSDB assumiram, não deram continuidade, ficaram enclausurados com medo de mostrar o Fernando Henrique Cardozo, não sei o porquê”, questionou alertando apenas para o Bolsa Família, que segundo ele é preciso repensar na forma do programa para o futuro, já que pode fazer falta os recursos hoje tirados para alimentar a iniciativa.
Governo de Pernambuco – Sobre candidatura a nível estadual, o tucano também não acredita numa composição de chapa do PSDB para disputa majoritária. ”Acho que a chapa deve estar consolidada aqui para estadual e federal e deve haver uma polarização dos grupos do governador e de Armando (senador do PTB) ou do PT, dependendo da conjuntura“, opinou.