O socialista disse que não queria arranhar o Pacto Pela Vida Fernando da Hora/LeiaJáImagens/Arquivo

As polêmicas declarações do ex-secretário de defesa Social de Pernambuco, Wilson Damázio, foram comentadas nesta sexta-feira (20) pelo governador Eduardo Campos (PSB), durante entrevista a rádio local. Damázio, um dos assuntos mais comentados na política local e até nacional desta sexta, tratou da homossexualidade como um “desvio de conduta” e disse que “mulher gosta de homem de farda”, numa entrevista concedida a um jornal pernambucano. 

“Eu acho que Damázio cometeu um erro - pediu desculpas pelo erro que é uma coisa que mostra humildade. Eu acho que todos nós estamos sujeitos a errar, e ele tomou um ato que vai além da desculpa pessoal que é a desculpa institucional. Ele me procurou colocando o cargo à disposição para que o Pacto Pela Vida (...) não fosse arranhado”, contou.

O governador fez questão de frisar a atuação do ex-secretário e os percentuais positivos na ação contra homicídios no Estado. “Ele foi o secretário que mais tempo esteve pela liderança do Pacto Pela Vida e que teve grandes resultados. Neste ano que estamos terminando, caíram em 24% os homicídios. É o sétimo ano interrupto de redução de homicídios de um programa que acaba de ser premiado pela ONU em junho e dia 15 de janeiro vai receber o prêmio de gestão pública da BID”, detalhou.

Ainda sobre o Programa do Pacto Pela Vida, Campos considerou a iniciativa exitosa, mas afirmou que os trabalhos não poderiam ser “arranhados”. ”É um tema muito sensível. Eu não podia ficar refém de um debate que poderia atrapalhar o Pacto. (...)”, disse ausentando em seguida de avaliações ao ex-secretário. “Não é justo fazer o julgamento de Damásio quanto policial e quanto pessoa humana por este episódio. Ele tem mais de 30 anos de serviços prestados a Polícia Federal com vários momentos servido aqui em Pernambuco e outras vezes fora, de forma limpa. Nunca teve nenhum envolvimento com coisa errada, sempre foi uma referência da Polícia Federal do Brasil”, defendeu. 

Mesmo assumindo o erro pelas declarações de Wilson Damázio, Campos encarou o fato como coisas da vida pública. “A vida pública é assim amigo, a vida pública tem dessas coisas, tem questão que você não pode transigir, e na hora que ele colocou o cargo a disposição eu entendei que devia fazer”, soltou.

Para amenizar, o governador também tentou proteger o programa que o ex-secretário estava à frente. “Eu acho também que desta maneira preserva o Pacto e ele para que se não faça um julgamento açodado”, avaliou respondendo posteriormente a uma indagação sobre as investigações que envolviam polícias em casos de estupros a mulheres. “Todas aquelas questões já estavam investigadas. Já tinha gente presa. Aquele caso resultou na prisão de um soldado e todos serão feitos porque nos colocamos no Pacto Pela Vida uma corregedoria (...). Aquele era um comportamento inaceitável e é muito importante que a imprensa cumpra esse papel de denunciar e que a gente jogue duro! Se tem erro tem que ir em cima do erro, temos que punir, não podemos confundir a Polícia com essas práticas. (...). É inaceitável esse tipo de atuação”, declarou o gestor.