Na Suíça, Dilma defende países emergentes

Presidente ressaltou que os países representam mercados favoráveis para o investimento externo

sex, 24/01/2014 - 11:46
Roberto Stuckert Filho/PR Dilma participa pela primeira vez do fórum e tem reuniões agendadas com empresários Roberto Stuckert Filho/PR

Estabilidade econômica e mercado em expansão. Foi esse o cenário enfatizado pela presidente Dilma Rousseff em discurso no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. Ela participa pela primeira vez do encontro e tem reuniões agendadas durante o dia com representantes de empresas multinacionais.

Em quase 33 minutos, Dilma fez questão de defender o papel dos países emergentes, inclusive o Brasil, para a recuperação da economia mundial e disse que o desafios dos governos é conciliar o investimento econômico e o desenvolvimento social. "Ainda que as economias desenvolvidas mostrem claros indícios de recuperação, as economias emergentes continuarão a desempenhar um papel estratégico. Estamos falando dos países com as maiores oportunidades de investimento e de ampliação do consumo", defendeu. 

Diante de uma plateia de empresários, ela ressaltou que o cenário é favorável para o investimento externo. “O Brasil é hoje uma das mais amplas fronteiras de oportunidades de negócios. Nosso sucesso nos próximos anos estará associado à parceria com os investidores de todo o mundo. O Brasil sempre recebeu bem o investimento externo. Meu governo adotou medidas para facilitar ainda mais essa relação. Aspectos da conjuntura recente não devem obscurecer essa realidade. Como eu disse até aqui o Brasil precisa e quer a parceria com o investimento privado nacional e externo”.

O Fórum Econômico Mundial foi fundado em 1971 por Klaus Schwab, um professor de administração na Suíça. Além das reuniões, produz vários relatórios de pesquisa e engaja seus membros em iniciativas setoriais específicas. Nesta edição, 2,5 mil empresários e políticos de 100 países participam de debates sobre os possíveis impactos para a sociedade, políticos e negócios.

Dilma defendeu o desenvolvimento social como parte essencial para o crescimento econômico. Ao mesmo tempo, os governantes devem estar disponíveis para ouvir os anseios da população. "As manifestações, como as realizadas em junho do ano passado, são parte indissociável de um processo de construção de uma democracia e de mudança social. O meu governo não reprimiu, mas ouviu e compreendeu a voz das ruas. Eles não pediram a vida do passado, não pediram a volta atrás. Pediram, sim, um avanço para um futuro de mais direitos, mas participação e mais conquistas sociais".

A inflação, que tanto causa temor nos investidores, também teve destaque no discurso. "O controle da inflação e o equilíbrio das contas públicas são requisitos essenciais para assegurar a estabilidade, base sólida para a expansão econômica e para o progresso social", considerou. A presidente lembrou ainda da política de concessões para ampliar os investimentos em infraestrutura e mobilidade e as parcerias com a iniciativa privada para o acesso da população a educação, saneamento e habitação de qualidade.

A presidente também defendeu o desenvolvimento sustentável. "Na Conferência de Copenhagen, nós assumimos a redução voluntária em 36% no mínimo da emissão de gases do efeito estufa. Nós quebramos um tabu: mostramos que é possível produzir de forma sustentável e, ao mesmo tempo, eficiente". Ela também condenou as práticas protecionistas. "É hora de superarmos posturas defensivas e reconhecer o papel do comércio mundial na recuperação das economias".

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