No momento em que a Polícia Federal realiza uma paralisação em todo o país, a presidente Dilma Rousseff disse, durante cerimônia de entrega de máquinas do PAC Equipamentos, em Betim (MG), ser a favor de greves. “Eu sou uma presidenta que já fez greve. Então, eu entendo quando as pessoas fazem greve”, destacou.

Apesar da declaração, os servidores federais e sindicalistas discordam e reclamam de falta de diálogo com o governo federal. No caso da PF, pelo terceiro ano consecutivo, o Ministério da Justiça fez a proposta de reajuste de 15,8% - a mesma feita para outras categorias no ano passado -, mas para os agentes esse percentual não condiz com a pauta de reivindicações, que, além da recomposição salarial acima da inflação, contempla ainda a definição das atividades profissionais em lei e a reestruturação da carreira.

“Esperamos que o governo atue de forma propositiva, apresente algo minimamente aceitável”, falou o presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Distrito Federal (Sindipol/DF), Flávio Werneck. Após a reunião realizada nessa terça-feira (25), com representantes da categoria, o assessor do Ministério da Justiça, Marcelo Veiga, garantiu que a pasta irá rever as propostas para os agentes, escrivães e papiloscopistas federais.

Nessa terça, os policiais fizeram um "funeral" da segurança pública em frente ao prédio do Ministério da Justiça. Nesta quarta (26), a mobilização foi em frente ao Palácio do Planalto, com várias sombrinhas simbolizando a estrutura precária nas zonas de fronteiras. Se não tiverem as exigências atendidas, a PF pretende manter as manifestações em março.