PV quer dissociar partido da imagem de Marina Silva

Candidato propõe a redistribuição dos recursos entre União, estados e municípios, o voto facultativo e a reformulação do Legislativo

ter, 15/07/2014 - 16:12
Marcelo Camargo/Agência Brasil Eduardo Jorge e Célia Sacramento defendem reformulação do sistema político Marcelo Camargo/Agência Brasil

Para encarar a disputa eleitoral, o PV quer distanciar a imagem da sigla da atual candidata a vice pelo PSB, Marina Silva. Para o presidenciável Eduardo Jorge, a aliança representou um avanço por dar mais espaço para a sustentabilidade no discurso político e agora a legenda segue com propostas que abrangem inclusive uma reforma no sistema político do país.

“O PV é um partido de vanguarda, o que temos de patrimônio não é apoio de construtoras, aparelhos de Estado e sindicatos. O patrimônio do PV são as ideias”, frisou o candidato, que tem na chapa Célia Sacramento como candidata a vice-presidente. Uma das propostas para o setor de energia é o uso de energia solar. “As grandes petroleiras estão se transformando em empresas de energia. Quando o Brasil atrela todas as esperanças na matriz petrolífera, ele condena a Petrobras a ficar vinculada a uma energia superada. A ignorância do Brasil em relação à energia solar é inacreditável. Daqui a 15 anos, será viável, competitiva e mais limpa”, defendeu.

A legenda também propõe a redistribuição dos recursos entre União, estados e municípios, o voto facultativo e a reformulação do Legislativo, com a extinção do Senado. “Hoje, tudo o que se vota na Câmara tem de votar tudo de novo no Senado. É um sistema ineficiente e caro. Também queremos diminuir o número de deputados e seus assessores. Deputado com muitos assessores é uma microempresa de clientelismo. Fui deputado por 20 anos, sei que dois assessores em Brasília e um no Estado resolvem”, disparou. Se eleito, Eduardo Jorge também promete diminuir o número de ministérios de 39 para 14, além de cortar 50% dos cargos de indicação.

Durante o debate, o candidato do PV afirmou que não irá evitar temas polêmicos. “Não fugimos de nada”, salientou ele, dizendo que considera a flexibilização do aborto. “O PV não estimula a interrupção da gravidez pelo aborto, é o partido do planejamento familiar. Só que não podemos abandonar milhares de mulheres à própria sorte e tratá-las como criminosas. Tem de legalizar com critério, indicando a fase da gestação e dando atendimento”.

Eduardo também vê vantagens na legalização da maconha. “Drogas como álcool e tabaco também trazem prejuízos e ninguém pensa em colocá-las na ilegalidade. Cerca de 10% dos usuários de Cannabis desenvolvem dependência. O Brasil precisa de coragem para, em vez de investir em polícia ou cadeia, usar essa dinheirama para diminuir o prejuízo que a maconha traz”, salientou. “Ao legalizar, descriminalizar e regular o consumo, o governo vai dizer três coisas: se possível, não use essa droga psicoativa. Se você usar, use o menos possível, como faz com tabaco e álcool. Terceiro, se você e sua família perceberem sinais de dependência, vamos te ajudar”, explicou.

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