Eleição presidencial é a mais acirrada desde 1989

Segundo especialistas, a briga por vaga no segundo turno entre Marina (PSB) e Aécio (PSDB) será voto a voto

por Giselly Santos dom, 05/10/2014 - 07:07
Montagem/LeiaJáImagens A possibilidade do pleito ser decidido no 1° turno é de 1%, segundo Hely Ferreira Montagem/LeiaJáImagens

A disputa pela presidência da República deste ano é a mais acirrada desde 1989, de acordo com especialistas. Isto porque assim como naquele ano – quando o cargo era concorrido por Fernando Collor (PRN), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Leonel Brizola (PDT) – a busca pelo comando do Palácio do Planalto deixa de ser polarizada entre duas forças e aparece um terceiro fator relevante na disputa. 

Além do PT e PSDB, que pleiteiam o cargo com a presidente Dilma Rousseff e o senador Aécio Neves, respectivamente, o PSB aparece como a terceira via com a ex-senadora Marina Silva. Liderando as pesquisas e com a máquina pública na mão, a petista já é dada como certa para um eventual segundo turno, no entanto a outra vaga tem sido disputada voto a voto entre o tucano e a ambientalista. 

“Depois de 1989, esta é a primeira eleição com candidatos competitivos. Naquele ano você tinha três candidatos básicos: (Fernando) Collor,  (Leonel) Brizola e Lula, grandes políticos para disputar o voto da população. Agora temos novamente três nomes com reais condições”, observou o cientista político, Hely Ferreira. “A disputa nos últimos anos ficava polarizada entre PT e PSDB agora tem uma terceira via que tem causado assombro aos dois representantes dos partidos”, completou o estudioso. 

Segundo o especialista a chance da disputa ser decidida no primeiro turno é de quase 1%. “É a eleição mais incerta que a gente tem, nos últimos anos do país. Qualquer palpite pode ser perigoso. Mas é certo que a chance de Dilma vencer no 1° turno é remota, quase 1%”, vaticinou Ferreira. 

A briga mais intensa entre PSDB e PSB iniciou após o dia 13 de agosto, quando o até então presidenciável e ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), faleceu após um acidente aéreo e Marina assumiu a condição de candidata, passando a configurar o segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, antes ocupado por Aécio, e em alguns levantamentos até liderando a disputa com uma diferença mínima de dois pontos percentuais em comparação a Dilma.  

A vantagem da socialista, no entanto, tem caído há três semanas, juntamente com a comoção quanto à tragédia que vitimou Campos. E Aécio, que sofreu uma acentuada queda após a morte do pernambucano, passou a recuperar as intenções de voto, trazendo à tona, a possibilidade dele retornar ao segundo lugar, passando a pontuar para um segundo turno. 

“Pelas curvas de tendência, fazendo a ressalva de que a aritmética é diferente da vida real, Aécio pode passar Marina nesta reta final. De qualquer forma ainda tem um grande percentual indeciso, fica difícil dizer”, destrinchou o analista Maurício Romão. “Vai ser difícil para Aécio tirar a diferença entre ele e Marina. Estrutura ele tem, pois o PSDB é o maior partido de oposição, o problema é que Aécio é um candidato que não nos passa a ideia seguridade”, contrapôs Ferreira.  

Na última pesquisa de intenções de votos, divulgada pelo Instituto Datafolha, nesta quinta-feira (2), Dilma Rousseff apareceu com 40% da preferência dos brasileiros, Marina Silva com 24% e Aécio Neves 21%. Três pontos percentuais, de acordo com o levantamento, separam os dois e isso deverá pesar na hora da apuração dos votos neste domingo (5), quando serão anunciados os vencedores ou os postulantes que disputam no dia 26, quando está agendado o 2° turno do pleito. 

 

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