Fusão com PPS consolida saída de Marília do partido

Para a dissidente socialista, o anúncio da junção “foi à gota d’água”

por Élida Maria sab, 09/05/2015 - 12:41
Wilfred Gadêlha/assessoria de imprensa/Arquivo A vereadora se colocou novamente a disposição a um cargo majoritário nas eleições de 2016 Wilfred Gadêlha/assessoria de imprensa/Arquivo

A insatisfação exposta pela vereadora do Recife e dissidente do PSB, Marília Arraes, com a maneira que as decisões dentro da legenda são tomadas já vem desde as eleições de 2014. Prevista para sair da agremiação desde que optou por atuar na oposição, a parlamentar conversou com a equipe do Portal LeiaJá nesta semana e garantiu sua desfiliação do PSB de uma vez por toda. Para ela, o ponto crucial desta vez foi à fusão do partido com PPS. 

“Sem dúvida a saída do PSB é algo inevitável, mas a gente tem até setembro para tomar essa decisão. Então, a gente deve sair sim do partido. Estamos em conversa com outros partidos, mas a gente vai tomar o tempo que for necessário”, confirmou.

De acordo com Arraes além da falta de diálogo apontada anteriormente, a união do PSB com o PPS configura uma mudança grande da legenda. “O que consolidou essa minha urgência de sair do PSB foi à questão da fusão, porque a fusão na verdade só confirmou tudo o que eu vinha dizendo: que o PSB partiu para outro rumo que não é o que historicamente é defendido. Isso foi à gota d’água. Não dá para continuar”, cravou.

Segundo a vereadora, a conversa com o PPS e uma possível fusão é algo tratado há cerca de uma década, mas não era bem vista por Miguel Arraes. “Essa fusão com o PPS já vem sendo falada a mais de dez anos, inclusive, quando Miguel Arraes era vivo, e ele próprio já refutava totalmente, e agora, que o PPS está numa situação muito pior que era naquela época, o PBS vem a se colocar para se fundir com esse partido e se colocar no mesmo patamar que ele, que era o que a gente vinha dizendo: que o PSB ia virar uma sublegenda do PSDB”, disparou.

Questionada se já recebeu convite para migrar para outro partido, a ainda socialista contou sobre a proposta de um petista do Agreste. “Só o presidente do PT de Caruaru foi lá e convidou e só isso. A gente está conversando e está vendo como é que faz”, despistou. 

Saída em massa do PSB – Durante a entrevista com o LeiaJá, Marília revelou a possibilidade de outras pessoas saírem do PSB, assim como ela. “Estou conversando com muitas pessoas do PSB que também devem sair e a gente vai ver se faz um caminho em conjunto, nacionalmente falando. Tanto parlamentares quanto dirigentes nacionais que discordam do rumo que o PSB está tomando. Então, a gente vai conversar para até o meio e final de setembro a gente tomar esta decisão e fazer de forma que caracteriza mais força por esse grupo que defendia outro rumo para o partido”, contou.

Esposa de um também vereador do Recife, Felipe Francismar (PSB) ela garantiu que a união não atrapalha sua decisão em relação ao partido. “A nossa relação é pautada pelo respeito aos posicionamentos e as convicções de cada um. A gente quando se conheceu já era adversário. A gente já disputou uma vaga pelo fato de sermos do mesmo partido, então, isso nunca foi problema. (...) Felipe é uma pessoa muito compreensiva e nunca teve esse problema não”, alegou.

Eleições 2016 – Sobre os anseios de permanecer na vida política e quem sabe, compor uma chapa majoritária no Recife, Marília Arraes, confirmou os desejos. “A gente continua a disposição. Isso depende muito do partido para onde a gente vai, mas estou à disposição e tem muita gente que fala: mas corre o risco de ficar sem mandato. Mas a atuação política não é somente a gente ter mandato. A gente tem que trabalhar por um projeto e eu acredito que o projeto hoje pede que a gente trabalhe por mudanças na cidade do Recife  e se essas mudanças for por ter que haver uma candidatura para ganhar ou para perder estamos ai, disponível para compor a chapa”, pontuou.

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