Governo lança programa de investimento em energia elétrica

Ao todo, o setor receberá R$ 186 bilhões em recursos. Desse montante, R$ 81 bilhões serão aplicados até dezembro de 2018

por Dulce Mesquita ter, 11/08/2015 - 11:31 Atualizado em: ter, 11/08/2015 - 12:14
Roberto Stuckert Filho/PR Dilma e Eduardo Braga ressaltaram que recursos contribuirão para retomada do crescimento do país Roberto Stuckert Filho/PR

O governo federal lançou, nesta terça-feira (11), o Programa de Investimento em Energia Elétrica (PIEE), que reúne os investimentos a serem contratados entre agosto deste ano e dezembro de 2018 para a expansão da geração e transmissão elétrica no país. Ao todo, o setor receberá R$ 186 bilhões em recursos, sendo que R$ 81 bilhões serão aplicados até o final do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff.

“O objetivo deste programa é mostrar à sociedade que o planejamento de longo prazo é vitorioso e terá continuidade”, frisou o ministro de Minas e Energia (MME), Eduardo Braga, que explicou que o país irá diversificar a geração de energia para ter um sistema mais robusto, com menores custos e competitivo no mercado internacional. “Vale lembrar que o cuidado com a questão ambiental e o cuidado com esse programa robusto no setor elétrico são preocupações centrais do governo”, complementou.

Do montante que será aplicado até 2018, R$ 42 bilhões serão destinados à geração de energia e os outros R$ 39 bilhões à transmissão. Os demais R$ 105 bilhões previstos no programa que serão executados a partir de 2019 serão contratados até 2018, sendo R$ 74 bilhões para geração e R$ 31 bilhões para transmissão.

Em discurso, a presidente Dilma Rousseff lembrou que já obras em andamento que representam investimento na ordem de R$ 114 bilhões. “Se nós juntarmos o que já está em andamento com os recursos do programa lançado hoje, teremos R$ 195 bilhões aplicados até 2018, como alavanca de crescimento da infraestrutura no Brasil e sustentação desse crescimento em benefício da retomada do desenvolvimento econômico”, frisou.

A presidente também chamou a atenção para a necessidade de planejamento no setor, já que ele depende de obras grandes, que compreendem anos de trabalho e grande volume de recursos. “A ausência de energia elétrica compromete, sob quaisquer circunstâncias, o crescimento de um país. E esse crescimento tem a sua garantia dada pela disponibilidade dessa energia, tanto no que se refere à sua segurança quanto à modicidade tarifária”, salientou.

Entre as hidrelétricas que serão contratadas até 2018 estão as usinas de São Luiz Tapajós e a de Jatobá, ambas no Rio Tapajós. A primeira terá a capacidade de produção de 8.040 MW; a segunda, de 2.328 MW. “Nosso objetivo é fazer esses leilões até o final deste ano”, disse Braga.

Durante a cerimônia, o ministro destacou ainda os investimentos em energia eólica, polo que só no ano passado gerou 37 mil postos de trabalho. Entre 2005 e 2014, o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financiou 291 parques eólicos, que irão adicionar 7.500 MW de capacidade instalada ao país. A expectativa é de que, em 2023, as usinas eólicas representem 11,4% da matriz elétrica brasileira, com 22,4 mil MW de potência instalada, capacidade igual à de duas usinas Belo Monte.

De acordo com o MME, entre 2001 e 2014, a geração de energia elétrica cresceu 67%, passando de 80 mil megawatts para 134 mil megawatts. O maior crescimento foi no segmento de transmissão, com um aumento de 80% das redes no mesmo período, passando de 70 mil quilômetros de linhas para quase 126 mil quilômetros.

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