“Tempo passa, mas saudade não”, expõe Ana Arraes em missa

Emoção e saudade marcam missa de um ano da morte de Campos e de seis pessoas de sua equipe de campanha, além de dez anos da morte de Miguel Arraes

por Élida Maria qui, 13/08/2015 - 22:41
Paulo Uchôa/LeiaJáImagens Ana Arraes ressaltou as qualidades do filho, Eduardo, e do pai, Miguel Paulo Uchôa/LeiaJáImagens

Já se passavam das 20h quando o último ato público em homenagem ao ex-governador Eduardo Campos iniciou, nesta quinta-feira (13), data que marca um ano de sua morte e de outras seis pessoas, além de dez anos da morte do ex-governador Miguel Arraes. Com a Igreja de Casa Forte, na Zona Norte do Recife, lotada, o arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, celebrou uma missa em memória aos falecidos. O ato religioso contou com a presença de amigos, políticos e familiares de Campos num tom de saudades e de muita emoção.

Nos primeiros bancos, como de costume, estavam os familiares e os amigos mais próximos ao ex-governador. O único estranhamento foi que, diferentemente das outras celebrações religiosas que a família Campos tradicionalmente ia naquela igreja, Eduardo não estava presente. No rosto da viúva, Renata Campos, e dos cinco filhos do casal, a saudade era expressa no olhar. Já a mãe do ex-governador e ministra do Tribunal de Contas da União (TCU), Ana Arraes, não conseguiu segurar às lágrimas durante a celebração.

“É um momento de muitas saudades. O tempo passa, mas a saudade não passa”, desabafou, relembrando a atuação política do pai, Miguel Arraes. “Por outro lado eu tenho a alegria de ter tido um pai que tive. Que tinha princípios políticos, que tinha uma luta pelos povos mais pobres da minha terra”, destacou, revelando os aprendizados com o pai. “Com ele aprendi muito”, frisou Arraes.

Sobre o filho, a ministra lamentou o tempo curto que viveu e descreveu qualidades. “Deus me deu um grande filho. Um filho que honrou sua vida curta e seus compromissos com o povo. Sempre foi um maravilhoso filho, um bom marido e um pai. Um bom irmão, um bom amigo”, enalteceu, revelando que as qualidades de Campos a consola. “Isso me consola, mas não tira a minha tristeza”, afirmou.

Antes de iniciar a celebração, Dom Fernando Saburido revelou a emoção do ato religioso. “Esse é um momento de muita emoção, um ano de saudade do doutor Eduardo Campos. Ele marcou muito o nosso Estado, tinha uma sensibilidade social muito especial”, ressaltou, comentando a falta de Campos perante a crise vivenciada no País. “Acho que nesse momento que o Brasil está vivendo, ela está fazendo muita falta”, lamentou.

Na homilia, o arcebispo pontuou que não há respostas para a dor dos familiares, mas destacou a esperança como consolo. “Se houvesse uma explicação para o que houve com Eduardo Campos (...) naquele 13 de agosto de 2014, seria uma resposta limitada, não suficiente para a dor dos familiares. (....). Antes de forçar uma resposta, devemos garimpar a esperança”, proferiu, destacando em seguida as atuações políticas de Campos e Miguel Arraes.

Participações da família na missa – Católica por tradição, a família de Eduardo Campos participou de vários atos durante a celebração. Logo no início, João Campos, fez o comentário inicial que abriu a missa. As preces foram lidas pelo filho José Campos. Já durante o ofertório toda família entrou em procissão e ao término da missa, Eduarda Campos, única filha mulher da família leu uma mensagem final enaltecendo o pai e o avô Arraes. “Infelizmente temos que conviver com essa dor e tamanha saudade. Agradecemos a todas as manifestações de força, carinho e amor que recebemos. Nos ajudaram muito a atravessar esse ano”, agradeceu, ressaltando a dor e saudade deixada pelo pai e avô. 

Políticos - Além da família, vários políticos prestigiaram a celebração religiosoa como o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB), o presidente estadual do PSB-PE, Sileno Guedes, o ex-governador João Lyra Neto (PSB), o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), e o senador Cássio Cunha Lima (PSDB), entre outros. 

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