Costa:Alckmin, FHC e Aécio, então, são chefes de quadrilha
O deputado federal também disse indignado com “tamanha agressividade jurídica”, em referência as denúncias do Ministério Público Federal contra o ex-presidente Lula
Nesta quinta-feira (15), o deputado federal Sílvio Costa (PTdoB) criticou a denúncia apresentada pelo procurador Deltan Dallagnol contra o ex-presidente Lula. Costa diz que não consegue entender como um procurador da República pode chamar o ex-presidente da República como “comandante de quadrilha”. “Pelo fato dele ter cumprido a sua obrigação constitucional de ter feito as nomeações dos diretores da Petrobras. Procurei e não encontrei, na Constituição do Brasil, nem um artigo que desse respaldo a essa gravíssima acusação. Como cidadão e deputado federal estou indignado com tamanha agressividade jurídica”, pontuou.
O parlamentar também citou as principais lideranças do PSDB para citar os escândalos de corrupção dos quais estão supostamente ligados. “Não vou usar a tese do senhor procurador Deltan Dallagnol, mas, na interpretação dele, eu poderia dizer que Geraldo Alckmin é chefe de quadrilha em São Paulo por causa dos roubos na Companhia de Trens Urbanos e na merenda escolar. Poderia dizer que Aécio Neves é chefe de quadrilha em Minas Gerais por causa dos desvios de recursos públicos realizados por funcionários de segundo e terceiro escalão durante a sua gestão. Poderia dizer que Fernando Henrique Cardoso também foi chefe de quadrilha por todos os atos de corrupção que afloraram em seu governo. O mesmo poderia dizer em relação a José Serra pelos escândalos de corrupção que ocorreram também no seu governo em São Paulo”, disparou o deputado.
Sílvio Costa ainda afirmou que é de competência do presidente da República a nomeação de ministros e de diretores das empresas estatais. “O mais despreparado advogado do Brasil ou mesmo o mais desinformado rábula sabe que o chefe do poder executivo não pode ser penalizado por um desvio de conduta de um funcionário do terceiro escalão. Sabe, por exemplo, que até para crime de improbidade administrativa o gestor teria que ser ordenador de despesa. Portanto, o ex-presidente Lula não poderia sequer ser enquadrado no crime de improbidade porque ele não era ordenador de despesas”, defendeu.
Ainda citando as declarações do procurador Deltan. “Na tese do senhor procurador Deltan Dallagnol, a partir de agora, os 27 governadores do País e os 5.570 prefeitos do país poderão ser acusados de chefe de quadrilha por um ato praticado por qualquer funcionário do quarto escalão que tenha sido nomeador por eles. É inacreditável”, frisou.