Temer volta a negar perda de direitos trabalhistas

Peemedebista divulgou um vídeo negando que que seu governo aumentaria a jornada de trabalho para 12 horas por dia

qui, 15/09/2016 - 11:42

O presidente Michel Temer voltou a divulgar vídeo, na página do Palácio do Planalto, no qual nega boatos sobre uma "suposta perda de direitos" pelo trabalhador em uma "possível reforma trabalhista". Na esquete, o presidente critica o fato de terem sido divulgadas, de forma intensa, informações de que, em uma reunião de natureza sindical, o Ministério do Trabalho teria estabelecido que os trabalhadores teriam de trabalhar 12 horas por dia, de segunda a sábado, com a possibilidade de isso ocorrer também no domingo.

“Essa divulgação se fez de maneira falsa e equivocada. Na verdade a única coisa que se verificou foi a seguinte: o ministro do Trabalho, conversando com alguns sindicalistas, levantou a hipótese de, talvez, se o trabalhador quisesse trabalhar 12 horas por dia, ele trabalharia apenas quatro dias por semana, somando portanto 48 horas [semanais], sendo 44 horas normais e quatro horas extras. Mas, com isso, ele [o trabalhador] teria três dias de folgas ou, se quisesse, nesses dois ou três dias, ainda poderia trabalhar em outra empresa, somando salários ao salário que recebe”, disse Temer, no vídeo divulgado na noite dessa quarta (14).

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Segundo o presidente, o assunto foi "apenas discutido e nada mais que discutido”. “Vamos colocar o pingo no i. Não vamos deixar que isso prospere porque isso cria problema para você que é trabalhador e pode eventualmente receber esse noticiário. Se um dia [a medida] for acolhida pela força dos trabalhadores, será para que o trabalhador trabalhe apenas quatro dias, e não 12 horas por dia durante sete dias”, acrescentou.

No último dia 8, a declaração do ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, de que a reforma poderia formalizar a jornada diária de até 12 horas, provocou polêmica. No dia seguinte, o Ministério do Trabalho divulgou nota afirmando que não haverá aumento da jornada diária e que as horas trabalhadas por semana (44 no total) não serão alteradas. Nas comemorações dos 50 anos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), o ministro disse que "nunca se cogitou aumentar" a jornada.

Vídeos

Antes mesmo da divulgação do vídeo pelo Planalto, Temer havia dito ontem, durante cerimônia de assinatura de portarias com investimento de R$ 1 bilhão em saúde, que combaterá versões que circulam nas ruas e nas redes sociais de que seu governo retirará direitos trabalhistas: “Convenhamos, é muito desagradável imaginar que um governo seja tão, se me permite a expressão forte, tão estupidificado; tão idiota que chegue ao poder para restringir direito de trabalhadores e acabar com a saúde e a educação. Isso vai pegando e passando de um para outro com o poder extraordinário das redes sociais”, disse o presidente nesta quarta-feira.

Este não é o primeiro vídeo que o Palácio do Planalto divulga para "desmentir boatos". Na terça-feira, a mesma opção foi usada para negar que trabalhadores demitidos sem justa causa poderiam perder o direito ao saque desse benefício.

No vídeo, Temer diz que é preciso combater a divulgação de boatos “falsos e equivocados” que podem dividir o país. “É preciso combatê-los, e eu vou combatê-los. Não vamos permitir que se faça de outra maneira. Não queremos o mal do país. Muito pelo contrário. Desde o começo todos sabem que eu proponho uma tese de pacificação e reunificação nacional”.

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