Humberto: ‘Temer completa 180 dias de retrocesso absoluto’
Segundo o petista, o “presidente não-eleito” mergulhou o país “numa onda de retrocesso tão absurdo que nem no pior pesadelo imaginou vivenciar”
Líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE) avaliou como de “retrocesso absoluto” os primeiros seis meses da gestão do presidente Michel Temer (PMDB). Segundo o petista, o “presidente não-eleito” mergulhou o país “numa onda de retrocesso tão absurdo que nem no pior pesadelo imaginou vivenciar”. Para Humberto, o impacto negativo do novo governo foi tão grande que até o povo brasileiro “rejeita fortemente” a administração. Temer assumiu o comando do país em 12 de maio deste ano, de forma interina, e em 31 de agosto foi efetivado.
“Estamos falando de um governo golpista que começou mal – sem a presença de mulheres e negros no primeiro escalão e com a divulgação de áudios que revelaram a real intenção de assumir o poder para estancar a sangria da Operação Lava Jato – e se tornou péssimo ao mexer nos programas sociais que mudaram a vida de milhões de brasileiros para melhor”, observou o líder, citando um estudo do Vox Populi, divulgado em outubro, que mostra os índices de avaliação de Temer ruim, péssimo e regular somando 74%.
A avaliação mostrada nas pesquisas, sob a ótica de Humberto, também se reflete no exterior. “O mundo continua vendo a presença de Temer no poder com maus olhos, atribuindo-lhe a pecha de golpista”, frisou. “Temer foi o único dos chefes de Estado dos Brics que não teve um encontro bilateral com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, durante a cúpula do grupo na Índia, em outubro. Isso é uma vergonha para nós, brasileiros, que tivemos a nossa autoestima elevada nos governos de Lula e Dilma diante do reconhecimento internacional do Brasil”, emendou.
Entre as ações da gestão peemedebista nos últimos meses, o líder do PT ressaltou mudanças do Bolsa Família, corte no orçamento do Pronatec para 2017 e o adiamento da entrega da Transposição do Rio São Francisco. “É uma maldade atrás da outra. Como se não bastasse a PEC do Fim do Mundo, que congela o orçamento para os próximos 20 anos, as medidas já adotadas pelo governo prejudicam todos os avanços sociais da última década e revelam um preconceito sem limites com os pobres, quilombolas, índios e movimentos do campo”, criticou.
Humberto ainda citou alteração no Minha Casa, Minha Vida, da Farmácia Popular e na Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Para o senador, “isso é só o começo”. "Quem acha que o pacote de maldades termina com a aprovação da PEC 241, agora 55, no Congresso está redondamente enganado. Está apenas começando. Primeiro, mexem com o direito à saúde, educação e assistência social. Depois, vão mexer na aposentadoria, fazer com que as pessoas trabalhem mais e ganhem menos. A classe trabalhadora também será alvo com uma reforma trabalhista que só vai atender aos patrões e acabar com conquistas como férias e décimo terceiro”, concluiu.