Humberto: ‘Temer completa 180 dias de retrocesso absoluto’

Segundo o petista, o “presidente não-eleito” mergulhou o país “numa onda de retrocesso tão absurdo que nem no pior pesadelo imaginou vivenciar”

por Giselly Santos ter, 08/11/2016 - 11:26

Líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE) avaliou como de “retrocesso absoluto” os primeiros seis meses da gestão do presidente Michel Temer (PMDB). Segundo o petista, o “presidente não-eleito” mergulhou o país “numa onda de retrocesso tão absurdo que nem no pior pesadelo imaginou vivenciar”. Para Humberto, o impacto negativo do novo governo foi tão grande que até o povo brasileiro “rejeita fortemente” a administração. Temer assumiu o comando do país em 12 de maio deste ano, de forma interina, e em 31 de agosto foi efetivado

“Estamos falando de um governo golpista que começou mal – sem a presença de mulheres e negros no primeiro escalão e com a divulgação de áudios que revelaram a real intenção de assumir o poder para estancar a sangria da Operação Lava Jato – e se tornou péssimo ao mexer nos programas sociais que mudaram a vida de milhões de brasileiros para melhor”, observou o líder, citando um estudo do Vox Populi, divulgado em outubro, que mostra os índices de avaliação de Temer ruim, péssimo e regular somando 74%. 

A avaliação mostrada nas pesquisas, sob a ótica de Humberto, também se reflete no exterior. “O mundo continua vendo a presença de Temer no poder com maus olhos, atribuindo-lhe a pecha de golpista”, frisou. “Temer foi o único dos chefes de Estado dos Brics que não teve um encontro bilateral com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, durante a cúpula do grupo na Índia, em outubro. Isso é uma vergonha para nós, brasileiros, que tivemos a nossa autoestima elevada nos governos de Lula e Dilma diante do reconhecimento internacional do Brasil”, emendou. 

Entre as ações da gestão peemedebista nos últimos meses, o líder do PT ressaltou mudanças do Bolsa Família, corte no orçamento do Pronatec para 2017 e o adiamento da entrega da Transposição do Rio São Francisco. “É uma maldade atrás da outra. Como se não bastasse a PEC do Fim do Mundo, que congela o orçamento para os próximos 20 anos, as medidas já adotadas pelo governo prejudicam todos os avanços sociais da última década e revelam um preconceito sem limites com os pobres, quilombolas, índios e movimentos do campo”, criticou.

Humberto ainda citou alteração no Minha Casa, Minha Vida, da Farmácia Popular e na Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Para o senador, “isso é só o começo”. "Quem acha que o pacote de maldades termina com a aprovação da PEC 241, agora 55, no Congresso está redondamente enganado. Está apenas começando. Primeiro, mexem com o direito à saúde, educação e assistência social. Depois, vão mexer na aposentadoria, fazer com que as pessoas trabalhem mais e ganhem menos. A classe trabalhadora também será alvo com uma reforma trabalhista que só vai atender aos patrões e acabar com conquistas como férias e décimo terceiro”, concluiu.

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