“Há maldições que se tornam em bênçãos”, diz Lupércio

O prefeito de Olinda, Lupércio (SD), disse que não acredita em “herança maldita” mesmo após afirmar que o ex-prefeito deixou dívida acima de R$ 20 milhões

por Taciana Carvalho qua, 15/02/2017 - 08:03
Chico Peixoto/LeiaJáImagens Lupércio declarou que sua gestão é transparente, na qual o povo pode se sentir representado Chico Peixoto/LeiaJáImagens

O prefeito de Olinda, Lupércio do Nascimento (SD), esteve na redação do LeiaJa.com, na tarde desta terça-feira (14), para participar de uma entrevista que abordou temas como débitos deixados pelo seu antecessor Renildo Calheiros (PCdoB), demissão do secretário de Cultura às vésperas do Carnaval, bem como sobre as dificuldades que a cidade apresenta. O gestor se mostrou tranquilo. “A gente nunca se colocou para o olindense como salvador da pátria, que chegou a solução. A gente nunca colocou isso. Uma coisa é certa: estamos nas ruas”, ressaltou.

Ele declarou que sua gestão é transparente, na qual o povo pode se sentir representado. “Secretários que estivessem dispostos a pisar o sapato na lama e a ter o cheiro do povo. Estamos cumprindo aquilo que prometemos na campanha. Sei que a ansiedade do povo é muito grande, mas a gente tem o desejo muito grande também de dar uma roupagem nova à cidade de Olinda, resgatando a autoestima e a cidadania da população olindense”. 

Lupércio voltou a falar sobre o débito que, segundo ele, o ex-prefeito deixou e disse não acreditar em herança maldita. “Eu vou falar aqui não como gestor e, sim, como cristão. Há maldições que se tornam em bênçãos. Em tudo nós temos que dar graças. Não posso estar aqui sempre olhando para trás”. O gestor contou que ainda está sendo feito um levantamento dos gastos deixados nas áreas de saúde e educação e que irá passar o “dossiê”, como definiu, para os órgãos competentes citando o Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE) e o Ministério Público de Pernambuco (MPPE). 

Sobre a demissão do ex-secretário de Cultura da cidade, o produtor cultural Afonso Oliveira, o professor afirmou que ninguém é insubstituível. “Não só eu, mas os secretários se assustaram em ver a situação de cada secretaria e sabemos que ele [Afonso] não foi uma pessoa que agiu de má-fé. É um grande produtor cultural que vai tocar sua vida. Agora, ninguém é insubstituível”.

Também confessou que está “preocupado” com a questão do enxugamento da máquina. Atualmente, existem cerca de 850 cargos comissionados no município. “A gente está tendo um cuidado grande. A gente não pode tirar todo mundo pela questão de não perder a memória viva. Quando se tira todo mundo, corre o risco de perder a memória. Estamos colocando algumas pessoas nossas e, de acordo com a necessidade, vamos tirando essas pessoas”. 

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