“Fui eleito sem padrinho político”,diz Romero Albuquerque

Na Entrevista da Semana, concedida ao LeiaJa.com, em seu primeiro mandato na Câmara do Recife, ele destacou que uma das prioridades será a defesa dos animais

por Taciana Carvalho qui, 02/03/2017 - 18:26
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Um mandato em defesa dos animais será uma das prioridades do vereador do Recife Romero Albuquerque (PP), eleito para o seu primeiro mandato na Casa de José Mariano. Um dos primeiros projetos apresentados por ele foi a Frente Parlamentar em Defesa dos Animais. Na Entrevista da Semana, concedida ao LeiaJa.com, Romero também falou sobre a criação do Samu Veterinário e de uma Central de Denúncias. 

O vereador também ressaltou que conseguiu se eleger com muito esforço. “Eu fui eleito através de muito suor, muita panfletagem de manhã, à tarde, noite e madrugada. Fui eleito sem padrinho político e sem recursos financeiros, que fique bem claro”, destacou.

Confira a entrevista na íntegra: 

LeiaJá - Você é um entusiasta da causa animal. Como será o seu mandato na Câmara Municipal do Recife?

R: O nosso mandato na Câmara Municipal vai ser realizado com muita dedicação. Eu tenho certeza absoluta que nós daremos uma excelente melhoria na cidade, principalmente, para a minha causa que é a defesa animal. Eu fui eleito através de muito suor, muita panfletagem de manhã, à tarde, noite e madrugada. Fui eleito sem padrinho político e sem recursos financeiros, que fique bem claro. A confiança dos meus eleitores, eu sei como vou retribuir com a melhoria da qualidade de vida dos animais e melhoria da nossa cidade. Eu quero que o Recife seja exemplo para todo o Brasil e, o que depender de mim, nós conseguiremos.

LeiaJá - Um dos seus primeiros projetos apresentados é a Frente Parlamentar em Defesa dos Animais. Qual a importância dessa frente?

R: A Frente Parlamentar é extremamente importante para a criação de políticas públicas para os animais. Eu quero formalizar diálogos com as ONGs e com o Poder Executivo para a gente poder melhorar a vida dos animais. Nós precisamos de ideias e de estudos para poder realizar o desenvolvimento de diversos projetos como, por exemplo, a proibição dos veículos de tração animal. Não basta apenas fazer como tentaram na gestão passada. Tentaram de um jeito errado e a lei não vingou. Para tudo é necessário realizar um estudo, discussões, debates, não apenas botar goela abaixo e é, por isso, a importância parlamentar em Defesa dos Animais. 

LeiaJá - O senhor anunciou que, com recursos próprios, irá implantar o Samu Veterinário. Quando ele vai para as ruas e como será o seu funcionamento?

R: O Samu Animal do nosso gabinete estará funcionando ainda este mês. Ele vai ser solicitado através da nossa Central Animal, um site onde as pessoas entrarão em contato com a gente para fazer sua solicitação, pedidos de resgate, atendimentos, denúncias de maus-tratos, enfim, são mais de cem mil animais abandonados na nossa cidade. Eu não tenho condições de atender todas as demandas, mas eu posso utilizar o nosso veículo, por exemplo, e também a nossa mão-de-obra, que é o veterinário. Vou dar um exemplo melhor: se você encontrar um animal atropelado, o que você tem que fazer hoje? Infelizmente, nada, mas com o nosso gabinete, o Samu Animal, você vai poder fazer a solicitação para que a gente atenda aquele animal que você viu atropelado na rua. Nós faremos o atendimento, agora, desde que você se comprometa em ficar com o animal. A minha responsabilidade será os primeiros socorros, o tratamento, o acompanhamento veterinário e a sua será a adoção do animal. 

LeiaJá - E do que se trata o abrigo temporário?

R: Em breve, quando a gente lançar o abrigo temporário do nosso gabinete, você vai ter a opção de, caso não tenha condições de ficar com o cachorro ou gato, terá a opção de pagar uma taxa mensal que é para poder manter no nosso abrigo até ele ser adotado.

LeiaJá - Como será a Central de Denúncias, que o senhor está implantando com a sua equipe?

R: Será uma conquista imensa para a nossa cidade. Infelizmente, o único órgão que realiza hoje investigação de crimes ambientais é a Depoma [Delegacia de Polícia do Meio Ambiente] e toda a estrutura dessa delegacia é muito pequena porque atende toda a demanda do estado. Hoje, se você fizer uma denuncia à Depoma, a investigação na delegacia só vai acontecer depois de meses por causa da demanda que eles têm, que está sobrecarregada. 

LeiaJá – Como pretender ajuda a Central de Denúncias pretende ajudar ao Depoma?

R: Pretendemos utilizar os nossos fiscais para fazer a triagem dos crimes de maus tratos e, caso sejam confirmados, em parceria com a Depoma, nós vamos repassar a gravidade do caso para que ele tenha uma prioridade. Além disso, pretendo realizar uma parceria com a SDS para que a gente receba toda a demanda relacionada a animais que o 190 recebe. Tudo isso, de forma digital, através da nossa Central Animal, que a gente vai disponibilizar ainda em março. Tenho certeza que, após esses infratores criminosos perceberem que maltratar animal vai dar punição, o índice desse crime vai diminuir. 

LeiaJá - A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara aprovou projeto que tipifica condutas criminosas contra animais (PL 1417/15). A proposta, do deputado Goulart (PSD), estabelece pena de reclusão de dois a quatro anos para quem matar animais, mas ressalva que não configura crime a prática de eutanásia se realizada sem dor ou sofrimento e com o animal em situação irreversível. Qual a opinião sobre esse projeto de Lei?

R: Esse projeto de lei é importantíssimo para a causa animal, apesar de termos uma lei que tipifica que maltratar animais é crime, é necessário existir uma lei que aumente a punição, que detalhe sobre o crime de maus tratos. A hipótese de eutanásia, na minha opinião, é necessária e não deve ser considerada crime porque, às vezes, para evitar o sofrimento de um animal, quando o veterinário percebe que não tem evolução, é necessário evitar o sofrimento. O mais importante de tudo isso não são as leis, o mais importante é ter órgãos competentes para realizar punições para quem maltrata animais. A gente precisa de órgão que execute a lei. 

LeiaJá - O senhor é líder do Partido Progressista na qual possui três vereadores na Câmara Municipal. Qual a sua relação com os pares?

R: Sim, sou líder do PP na Câmara. A minha relação com meus pares é muito boa. Eu tenho amizade com Chico Kico e com Michele Collins. Nós somos uma bancada muito unida e toda decisão nós tomamos juntos e essa união faz com que a nossa força seja maior. Nós sentamos juntos durante as sessões e conversamos todos os dias. Também nos reunimos, semanalmente, para debater os assuntos, temas importantes partidários relacionados à nossa cidade. É uma união fundamental para que nosso partido fique ainda mais fortalecido. 

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