Humberto nega irregularidades investigadas pela PF
A Operação Satélites, deflagrada nesta terça-feira (21), apura indícios dos crimes de corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro
Com nome ligado a investigações da Operação Satélites, deflagrada nesta terça-feira (21) pela Polícia Federal, o senador Humberto Costa (PT-PE) negou que tenha cometido qualquer irregularidade. A ação apura indícios dos crimes de corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.
Em nota, o senador diz que, em investigações anteriores, a PF não encontrou "qualquer evidência de irregularidade" e que ele acredita que o mesmo acontecerá desta vez, apontando para o "teor infundado da acusação e da inexistência de qualquer elemento que desabone a sua vida pública".
Humberto diz também que "sempre esteve e continua à disposição para quaisquer informações adicionais de que necessitarem a Polícia Federal, a Procuradoria-Geral da República e o Supremo Tribunal Federal e espera que o inquérito em tela possa, finalmente, ser concluído".
Operação Satélites
Desdobramento da Operação Lava Jato, a ação é a primeira em que são utilizadas informações dos acordos de colaboração premiada firmados com executivos e ex-executivos da Odebrecht, homologados pela ministra Cármen Lúcia em janeiro deste ano. Os agentes estão atuando nas cidades de Brasília (DF), Maceió (AL), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ) e Salvador (BA), num total de 14 mandados.
Apesar de ter sido autorizada pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF) – o que indica que envolve pessoas com foro privilegiado -, o alvo da ação não são políticos, mas pessoas ligadas aos senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Humberto Costa (PT-PE), Eunício Oliveira (PMDB-CE) e Valdir Raupp (PMDB-RO).
Em Pernambuco, são cinco mandados de busca e apreensão: dois em Boa Viagem e um na Imbiribeira, no Recife, além de um no Janga, em Paulista. Não foi informado o local do quinto mandado, concedido após o início da ação nesta manhã. Um dos endereços em Boa Viagem pertence ao empresário Mário Barbosa Beltrão e sua família, ligados ao senador Humberto Costa.
Em Brasília, agentes da Polícia Federal estiveram na Confederal, empresa de vigilância e transporte de valores, que teria relação com o presidente do Senado, Eunício Oliveira.
A PF está atuando junto com agentes da Receita Federal, procuradores da República e do Ministério Público Federal. De acordo com o chefe de Comunicação da PF em Pernambuco, Giovani Santoro, os materiais apreendidos serão levados para a sede do órgão, no Cais do Apolo, e depois serão encaminhados para Brasília.