Terceirização: Danilo Cabral e Tadeu criticam projeto

Os deputados federais foram contra o projeto de terceirização aprovado, ontem, na Câmara dos Deputados

por Taciana Carvalho qui, 23/03/2017 - 16:40

Os deputados federais socialistas Danilo Cabral e Tadeu Alencar não economizaram palavras para criticar a aprovação, na Câmara dos Deputados, ontem, do projeto de terceirização - PL 4302/1998. Para Cabral, o projeto antigo retomado pelo presidente Michel Temer (PMDB) faz parte de um conjunto de pautas que vão de encontro com o direito da classe trabalhadora. Ele disse que o conjunto de reformas que o governo tem encaminhado ao Congresso Nacional tem o objetivo de "retirar as conquistas da classe trabalhadora". 

"Está aí a reforma da Previdência, a pauta da reforma trabalhista e, ontem, a decisão do projeto da terceirização, que nós votamos contra, mas que foi aprovado por 231 parlamentares que se manifestaram favoráveis ao projeto, que vai fragilizar ainda mais a relação de trabalho entre empregado e empregador. Um projeto que amplia o tempo de serviço de contrato temporário, hoje limitado a noventa dias, que passará a ser de nove meses", lamentou Danilo Cabral. 

O deputado também declarou que os prestadores de serviço tem uma realidade muito mais dura e que, a cada 10 acidentes de trabalho, 8 acontecem em um ambiente onde predominam os prestadores. Ele ainda disse que essa classe trabalha, em média, três horas a mais e que recebem menos do que o trabalhador regular.

"Essa é a proposta que o governo do presidente Temer fez ser aprovada no Congresso. É uma derrota, mas ficou muito claro que o governo terá dificuldades nas outras pautas. A expectativa é continuar a nossa luta. Nós também estamos agora tratando de apresentar emendas para propostas da reforma trabalhista para preservar os direitos da classe. Quero falar que a gente continua atento", avisou. 

Já Tadeu Alencar ressaltou que o projeto da terceirização "chega a ser pior" do que a versão aprovada, anteriormente, pela Câmara, no ano de 2015 [4330/2004]. "Naquela ocasião a orientação do PSB, lamentavelmente, como agora, foi favorável, mas votei contra a terceirização, por entender que, embora cabível em algumas atividades, como em certas áreas da saúde e na de Tecnologia da Informação (TI), deve ser vista sempre como um regime a ser pontualmente aplicável, até que se possa ir ampliando nas atividades que, comprovadamente, sejam admissíveis e recomendáveis. Não com a amplitude gravosa com que ontem se aprovou", falou.  

Tadeu saiu antes do horário da votação. Ele justificou que, como o debate não havia sido pautado com antecedência, ele já tinha sido designado para compor uma missão oficial na cidade do México. O socialista é membro do Parlamento Latino Americano y Caribenho. "Acaso tivesse sido possível votar, por evidente, repetiria, e até com maior razão, a minha posição no PL 4330/2004", concluiu.

 

 

 

 

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