Senador diz que há desembargador ganhando R$ 120 mil
O teto salarial de servidores públicos é de R$ 33,7 mil
Sem citar nomes, o senador Lindbergh Farias (PT) disse que há desembargadores brasileiros ganhando cerca de R$ 120 mil reais. A declaração foi feita, nesta quarta-feira (26), quando o petista criticou a decisão do Conselho Superior do Ministério Público Federeal de aumentar o salário de todos os procuradores em 16%.
"Esse é um aumento de 450% acima da inflação. Vale dizer que nenhum servidor pode receber acima do teto que é R$ 33 mil reais, mas tem promotor e juiz que está recebendo R$ 80 mil, R$100 mil. Tem desembargador do Rio recebendo 120 mil reais. Nós do PT vamos votar contra esse aumento de 16%. É escandaloso", denunciou.
Lindbergh declarou que o Brasil está voltando para o Mapa da Fome. "Eu quero chamar atenção para o momento que o Governo Federal acabou de dizer que não havia recursos para aumentar o Bolsa Família. Eles estão dizendo que não haverá dinheiro para reajustar o salário mínimo, aí faz uma coisa como essa".
"Só o pobre é penalizado. É tudo em cima do mais pobre. Agora, os altos salários estão protegidos, os interesses das grandes empresas e do bancos. Eu acho uma vergonha que o Conselho Superior tenha decidido isso. Além desses grandes salários, mais 16%", reforçou.
A proposta de aumentar os salários partiu da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) e foi aceito pelo plenário do conselho, que também decidiu que caberá à comissão de transição criada para fazer a passagem da gestão do procurador-geral Rodrigo Janot, que termina em setembro, à da sucessora Raquel Dodge, defina de onde sairá o dinheiro para o reajuste.
O teto previsto na Constituição Federal na remuneração de servidores é de R$ 33, 7mil. No entanto, recentemente, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou que um servidor receba valor maior caso acumule dois cargos públicos.