Betinho Gomes é acusado de omitir R$ 365 mil em campanha

O parlamentar é acusado de não declarar à Justiça Eleitoral o empréstimo para sua campanha a deputado estadual em 2010

qui, 15/03/2018 - 16:48
Reprodução/PSDB.org Segundo o parlamentar, o cheque de sua campanha repassado a Roberto Leite foi realmente emitido, mas a título de garantia Reprodução/PSDB.org

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou nesta quinta-feira (15), o deputado federal Betinho Gomes (PSDB-PE) por omissão em prestação de contas eleitorais. O parlamentar é acusado de não declarar à Justiça Eleitoral um empréstimo de R$ 365 mil que recebeu para sua campanha a deputado estadual em 2010.

Na denúncia, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, detalha que Betinho Gomes, por meio do tesoureiro de sua campanha, Saulo Cunha Alves, solicitou empréstimo oferecendo como garantia um cheque de campanha, que seria pago com repasse de R$ 1 milhão do PSDB Nacional ao diretório do partido em Jaboatão dos Guararapes (PE). A operação financeira, no entanto, não consta na prestação de contas do candidato. E até hoje o financiador da quantia, Roberto Leite Ribeiro, cujo depoimento consta nos autos, não recebeu o que lhe é devido.

“De forma voluntária, consciente e deliberada, emitiu cheque da conta da campanha eleitoral de 2010 em favor de Roberto Leite Ribeiro e deixou de declarar a expressiva quantia que lhe foi entregue por este, em espécie, na prestação de contas eleitoral correspondente. Está demonstrada, assim, a autoria e a materialidade do crime capitulado no artigo 350 do Código Eleitoral”, resume a procuradora-geral da República, na peça.

Segundo o parlamentar, o cheque de sua campanha repassado a Roberto Leite foi realmente emitido, mas a título de garantia para o fornecimento de material gráfico no decorrer da campanha. A versão de Betinho Gomes é rebatida pelos autos da denúncia, que cita, por exemplo, que o cheque da conta da campanha eleitoral de 2010, usado como garantia por Betinho Gomes, foi emitido em favor de Roberto Leite Ribeiro, e não da sua gráfica, como afirma a defesa. Além de Roberto Leite Ribeiro, outras três tesmunhas relataram os mesmos fatos.

Da assessoria do MPF

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