Bens do ex-prefeito do Cabo inclui lancha e um Porshe
Vado da Farmácia também seria dono, segundo a polícia, de duas casas de praia, dois jet skis, dois quadriciclos e uma motocicleta esportiva
A notícia de que uma empresa fornecia merenda em decomposição e até com rato se alimentando desses produtos para a rede pública de ensino do Cabo de Santo Agostinho, durante a gestão do ex-prefeito José Ivaldo, mais conhecido como Vado da Farmácia, revoltou uma boa parte da população. Mais detalhes divulgados durante coletiva de imprensa, nesta quinta-feira (22), revelam que a vida do ex-prefeito era de luxo.
De acordo com a delegada Patrícia Domingos, titular da Delegacia de Crimes contra a Administração Pública (Decasp), os bens de Vado vão desde duas casas de praia, dois jet skis, dois quadriciclos, uma motocicleta esportiva, uma lancha e até o carro considerado “dos sonhos” por muitos: um Porsche. “Vado assumiu a prefeitura do cabo declarando para o tribunal eleitoral que ele tinha zero bens e, ao longo da gestão, foram adquiridos vários bens por Vado, utilizado por ele, mas que estão em nome de terceiros”, revelou.
“Então, a partir desse momento a gente verifica um crescimento incoerente com o salário do prefeito e com as verbas que o próprio Vado declara à Receita. Os familiares são investigados porque aparecem como laranjas, pessoas que têm bens em seu nome mas que não foram elas que compraram os bens. O Porshe não se encontra no nome de Vado e sim de familiares”, explicou.
Domingos também informou que, nessa quarta-feira (21), foi encontrada uma quantia em dinheiro na casa de um ex-secretário da prefeitura, Paulinho do Valério, que ultrapassou o valor de um milhão de reais. “Que chama a atenção por caracterizar ato típico de lavagem de dinheiro que é a pessoa deter dentro da sua propriedade uma quantidade muito alta de valores em espécie, o que torna o fato ainda mais suspeito”. Paulinho atualmente é secretário na Prefeitura de Ipojuca e, na época, teria participado dos contratos irregulares que foram investigados.
Segundo a delegada, houve uma situação no qual uma vizinha do ex-prefeito era funcionária fantasma, que teria doado uma motocicleta no valor de R$ 70 mil reais para o filho de Vado da Farmácia. “A suspeita é que, na verdade, essa motocicleta foi comprada com o dinheiro de Vado e não com o dinheiro de uma pessoa que ganharia menos R$ 2 mil reais, que não teria comprado um bem desse valor”.
O Judiciário decretou o bloqueio das contas bancárias dos investigados, no caso de Vado, da ex-esposa Débora, seus filhos, e também de Paulinho do Valério. Esse bloqueio das contas é a medida que pode garantir, caso sejam condenados, a devolução dos valores ao município.