Marcelo Freixo lança pré-candidatura a deputado federal
O parlamentar, que tem evitado falar sobre as eleições desde a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL), disputará o cargo pela primeira vez
RIO DE JANEIRO - O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) vai disputar uma vaga na Câmara dos Deputados. O lançamento da sua candidadtura a deputado federal será na próxima segunda-feira (21), no Teatro Rival, na Cinelândia. O socialista estreia na disputa nacional depois de três mandatos como deputado estadual e duas candidaturas à Prefeitura do Rio.
Nos últimos dois meses, Freixo evitou comentar o pleito estadual para se dedicar ao acompanhamento das investigações da morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, além de prestar assistência às famílias das vítimas e participar das mobilizações por justiça para o caso. Ele também tem marcado presença em debates promovidos nas universidades sobre a intervenção militar no Rio e questionamentos sobre a morte da parlamentar.
Marielle trabalhou com Freixo por dez anos na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), até que disputou o legislativo municipal pela primeira vez, em 2016. Nos bastidores da política carioca, as especulações eram de que o socialista saísse candidato ao governo do Rio, como uma resposta ao atentado que tirou a vida da vereadora. Contudo, o PSOL Rio deve lançar em breve a pré-candidatura do vereador Tarcísio Motta, ainda sem um nome para a vice, já que a cotada era Marielle.
No convite do pré-lançamento da campanha, Freixo explica que as consequências do impeachment de Dilma Rousseff motivaram a sua candidatura. "O golpe e os recentes ataques à democracia mostram como é urgente ocuparmos o Congresso Nacional. Não podemos aceitar retrocessos e retirada de direitos dos trabalhadores. O desafio é novo, mas continuamos caminhando e lutando ao lado de quem acredita num Rio e num país mais justo".
Ex-filiado ao PT, Marcelo Freixo chegou a sair do país com o apoio da Anistia Internacional depois de sofrer ameaças por presidir a CPI das Milícias, cuja história inspirou o filme Tropa de Elite 2 - O inimigo agora é outro. Em 2005 filiou-se ao PSOL e foi o deputado mais votado do partido, com 13.547 votos. Em 2012, perdeu a eleição para prefeito do Rio, quando Eduardo Paes (DEM) foi reeleito. Na disputa de 2006, chegou a ir para o segundo turno com Marcelo Crivella (PRB), mas acabou derrotado com 40,64% dos votos.