Gleisi ironiza equipe de Bolsonaro:'era para ser limpinha'
Dos dez nomes já confirmados por Bolsonaro, quatro são investigados por irregularidades como caixa 2 e fraude. "Eita moral flexível”, disparou a presidente do PT
Presidente nacional do PT, a senadora Gleisi Hoffmann (RS) fez comentários irônicos diante das escolhas feitas pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) para a equipe ministerial que auxiliará o governo dele a partir de 2019. O recente anúncio do deputado Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) para o futuro comando do Ministério da Saúde fez a petista lembrar que o capitão da reserva pregou durante a campanha que não teria ministros envolvidos com corrupção na sua gestão.
“Luiz Henrique Mandetta, DEM-MS, novo ministro da Saúde, assim como Tereza Cristina, ministra da Agricultura, está envolvido com malfeitos, é investigado por tráfico de influência, fraude em licitação e caixa 2”, pontuou Gleisi em publicação no Twitter, nesta quarta-feira (21).
Dos dez nomes já confirmados por Bolsonaro, quatro são investigados por irregularidades. “Ué, não era pra todo mundo ser bem limpinho? Eita moral flexível!”, completou a senadora.
O futuro ministro da Saúde é investigado por suposta fraude em licitação, tráfico de influência e caixa 2 em um contrato para a aquisição e instalação do sistema de Gerenciamento de Informações Integradas da Saúde (Gisa) em Campo Grande, no período em que foi secretário.
Mandetta teve os bens bloqueados em uma ação civil pública relativa ao caso, mas nega que tenha cometido qualquer irregularidade e já disse ter explicado o caso para Jair Bolsonaro.
O presidente eleito, inclusive, defendeu a escolha por Mandetta apesar da investigação. "Tem uma acusação contra ele [Mandetta] de 2009, se não me engano, e não deu um passo o processo ainda. Ele nem é réu ainda. O que está acertado entre nós? Qualquer denúncia ou acusação que seja robusta, [o ministro] não fará parte do governo", afirmou em uma entrevista coletiva nessa terça (20).
Outros investigados
Além de Mandetta, a futura ministra da Agricultura, Tereza Cristina (DEM), é investigada por supostamente beneficiar a JBS. O escolhido para chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), é apontado por ter recebido caixa 2 nas campanhas de 2012 e 2014, ele nega a primeira e admitiu a segunda. E o superministro da Economia, Paulo Guedes, é alvo de uma investigação no Ministério Público Federal sobre eventuais irregularidades em fundos de pensão de estatais.