Haddad afirma que Bolsonaro vai ‘legalizar milícias’

Após a flexibilização da posse de armas de fogo, assinada hoje pelo presidente, o petista disse que o próximo passo será legalizar os grupos de paramilitares que atuam com violência nas comunidades periféricas

por Giselly Santos ter, 15/01/2019 - 11:29
Paulo Uchôa/LeiaJáImagens/Arquivo Paulo Uchôa/LeiaJáImagens/Arquivo

A assinatura do decreto que flexibiliza a posse de armas de fogo no país, que aconteceu nesta terça-feira (15), pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) tem dado o que falar entre os políticos da oposição. Na manhã de hoje, o ex-prefeito de São Paulo e ex-candidato à Presidência, Fernando Haddad (PT), classificou a medida como antiquada, privatizadora da segurança e disse que o próximo passo de Bolsonaro é legalizar as milícias.

“Pouca gente sabe, mas segurança é dos primeiros direitos assegurados pelo Estado moderno. A liberação de armas nos remete à pré-modernidade e nos conduzirá à privatização desse serviço público. A legalização das milícias é o próximo passo. Há um PL de Bolsonaro sobre o tema”, ressaltou o petista, no Twitter.

As milícias são um poder paralelo formado por militares, paramilitares ou pessoas armadas que atuam controlando comunidades, a partir da extorsão de moradores, tortura, homicídios e até com o tráfico de drogas. A atuação deles é frequente no Rio de Janeiro, inclusive, na capital carioca são investigadas por envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e seu motorista, Anderson Gomes, em março do ano passado.

De acordo com reportagem recente do jornal O Globo, em pelo menos duas oportunidades em 2008, quando as milícias já eram violentas, o então deputado federal Jair Bolsonaro chegou a relativizar a atuação e defender a legalização dos grupos, classificando-os como “defensores da ordem”. Já na época da campanha eleitoral, no ano passado, ele disse que as milícias, “que tinham plena aceitação popular”, se “desvirtuaram”.

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