Camaragibe:'Isso não dá impeachment', diz líder do governo
O vereador Tomé Carlos (PV) disse que a exigência do prefeito aos cargos comissionados não foi "ameaça" e afirmou que outras prefeituras adotam a mesma prática
Líder da base governista em Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife (RMR), o vereador Tomé Carlos (PV) argumentou, nesta terça-feira (26), que a prática adotada pelo prefeito Demóstenes Meira (PTB) de exigir a presença dos servidores cargos comissionados no bloco pré-carnavalesco em que a secretária de Assistência Social e sua noiva, Taty Dantas, fez um show é recorrente nas prefeituras pernambucanas.
Tomé minimizou as acusações de improbidade administrativa e peculato contra Meira e disse que não enxergou ameaças aos servidores nos áudios encaminhados pelo prefeito ao exigir a presença dos comissionados no evento do último dia 17.
"Essa prática existe em todas as prefeituras. Trabalhei na época de Jarbas (Vasconcelos) no Recife e isso muitas vezes aconteceu", frisou Tomé Carlos. "O problema neste caso é que ele declarou algo em favor da sua noiva. Se ele tivesse colocado apenas pelo grande evento, já tradicional, talvez não tivesse acontecido essa repercussão", completou.
Indagado se acreditava que os áudios ameaçaram os servidores, o aliado de Meira negou. "Não enxergo como ameaça não. Correto não é, mas não dá impeachment isso não", salientou.
Mesa Diretora
O imbroglio para a abertura de um processo de impeachment contra o prefeito de Camaragibe, contudo, vai além e também enfrenta um impasse na Câmara. De acordo com o líder governista, não há uma Mesa Diretora formada para a tramitação do processo. Isto porque, de acordo com Tomé, o atual presidente Antônio Oliveira (PTB), que é autor da denúncia, não tem legitimidade para presidir a Casa.
No fim do ano passado foi realizada uma eleição para formar a Mesa Diretora, mas que foi suspensa pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco e o presidente anterior, no caso Toninho, voltou a assumir o posto.