Ministro diz que Greenpeace depreda patrimônio público
Organização protesta em frente ao Palácio do Planalto questionando governo sobre as queimadas na Amazônia e o óleo que atinge o litoral do Nordeste
Em reação ao protesto que o Greenpeace fez na manhã desta quarta-feira (23) em frente ao Palácio do Planalto, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, usou o Twitter para atacar a organização. A mobilização do grupo foi contra as queimadas na floresta amazônica e o vazamento de óleo que atinge o litoral do Nordeste. Eles questionam a falta de atitudes eficazes do governo federal diante dos desastres.
Salles chamou os ativistas do Greenpeace de “ecoterroristas” e disse que eles estavam depredando o entorno do Palácio do Planalto. “Não bastasse não ajudar na limpeza do petróleo venezuelano nas praias do Nordeste, os ecoterroristas ainda depredam patrimônio público”, alfinetou, em publicação no Twitter.
Por sua vez, também no Twitter, a organização disse que o ministro provavelmente não veria a resposta, mas eles tinham se comprometido em limpar o local após a mobilização.
“O óleo que estamos usando na atividade é feito de maisena, água, óleo de amêndoas e corante líquido preto, ao contrário do que está contaminando as praias do Nordeste, não é tóxico nem permanente e pode ser limpo com água e sabão. Nos comprometemos a limpar a frente do Palácio do Planalto se o governo apresentar ações efetivas e transparentes para remover as manchas de óleo”, observou.
“Como sociedade, é nosso dever constitucional defender o meio ambiente e é isso que estamos fazendo hoje”, emendou o Greenpeace.
O ministro não foi o único a criticar a manifestação. O vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (PSC), também alfinetou a organização e insinuou que eles se interessam apenas com dinheiro.
“Nunca se importaram com o que dizem se importar realmente. Se animam somente com outra coi$a [sic] e estão dificultando para eles! Fácil entender tudo que está acontecendo nesse caso”, escreveu o filho do presidente Jair Bolsonaro.
“É realmente fácil, vereador: o governo não acionou o Plano Nacional de Contingência a tempo, já havia extinguido comitês da sociedade civil responsáveis por ajudar no plano e deixaram na mão de voluntários da região limpar a sujeira”, rebateu o Greenpeace.
O mesmo assunto de repasse de recursos para ONGs foi mencionado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), também ao criticar o ato. “Isso é um escárnio. Se gastassem dinheiro e energia para fazer o certo estaríamos melhores. Mas não, tem que usar a pauta ambiental para fazer política. Se fosse o Lula ali na PR nos roubando e dando uma parte a eles, aí sim estariam felizes. A teta secou. Vão ter que trabalhar”, ironizou o parlamentar.