Bolsonaro para repórter: tem cara de homossexual terrível
Presidente subiu o tom ao ser indagado sobre o possível envolvimento do filho, Flávio Bolsonaro, com o esquema de 'rachadinha' que vem sendo investigado no MP-RJ
O presidente Jair Bolsonaro protagonizou uma entrevista cheia de farpas e ironias, nesta sexta-feira (20). Tudo isso porque jornalistas o indagaram sobre as investigações do possível esquema de "rachadinha" envolvendo seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), enquanto era deputado estadual do Rio de Janeiro.
Primeiro, Bolsonaro evitou responder se Flávio era inocente e observou não ser um juiz. Logo em seguida, ao retrucar um repórter, ele fez ataques sobre a sexualidade do jornalista. No momento, o presidente lembrava do empréstimo que disse ter feito ao ex-assessor de Flávio, Fabrício Queiroz, e, por isso, o ex-policial havia feito um depósito de R$ 24 mil na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro.
"Eu é que emprestei. Eu conheço o Queiroz desde 85. se ele, se ele cometeu algum deslize, ele que responda. Não sou eu", argumentou. E o jornalista o perguntou: “E se o seu filho tiver cometido algum deslize, presidente?"
Com um tom mais duro, Bolsonaro não poupou o repórter. " Você tem uma cara de homossexual terrível. Nem por isso eu te acuso de ser homossexual. Se bem que não é crime ser homossexual. Você fala 'se', 'se', 'se' o tempo todo", disparou.
Outro ponto da entrevista, Bolsonaro desconversa quando é indagado se tem um comprovante do empréstimo que alega ter feito para Fabrício Queiroz. “Pergunta para a tua mãe o comprovante que ela deu pro teu pai, está certo? Querem comprovante de tudo”, diz.
Pouco depois, ele olha para outro jornalista e pergunta: “Você tem nota fiscal desse relógio que está contigo nesse teu braço? Não tem. Não tem. Você tem nota fiscal do seu sapato? Não tem. Você tem do seu carro, talvez nem tenha nota fiscal, mas tem o documento. Tudo tem que ter nota fiscal, comprovante?”
Nesta mesma entrevista, Jair Bolsonaro também fez críticas contra o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, e questionou os métodos de investigação do Ministério Público.