Bebianno faz novas criticas a Carlos Bolsonaro

Ex-ministro e aliado do governo de Jair Bolsonaro, revelou que facada sofrida pelo presidente poderia ter sido evitada se não fosse pela decisão de Carlos Bolsonaro, na época

por Francine Nascimento ter, 03/03/2020 - 12:10
Valter Campanato/Agência Brasil Valter Campanato/Agência Brasil

Em entrevista ao programa Roda Viva, ex-ministro Gustavo Bebianno não poupou críticas ao vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ). Em uma de suas críticas ao filho do presidente Jair Bolsonaro, Bebianno chegou a atribuir ao parlamentar a culpa de problemas que contribuíram para a facada sofrida pelo presidente durante comício, na época da campanha presidencial. 

"A única viagem que o Carlos fez conosco foi essa de Juiz de Fora e ainda deu azar. Ele atrapalhou o esquema de segurança, o que resultou no não uso do colete [à prova de balas] e naquela tragédia da facada", apontou Bebianno.

O ex-ministro contou que avisou ao então candidato a presidente sobre os perigos de eventos políticos realizados na cidade, mas seus alertas não foram ouvidos por Bolsonaro no dia do atentado. "Como você vai saber quem está na multidão e com que tipo de  intenção?", indagou o ex-aliado de Bolsonaro que acredita que o autor da facada tem problemas mentais. 

"É maluco sim, mas ele foi utilizado por algum grupo que tinha o interesse de tirar o presidente da disputa", acrescentou.

Demissão foi "traumatizante" para Bebianno

Gustavo Bebianno foi o primeiro ministro a ser desligado pelo governo, ainda no começo do mandato de Bolsonaro. Ao comentar os fatores que culminaram na sua demissão, Bebianno definiu o momento como "traumatizante" e que Bolsonaro agiu de forma injusta e desleal com ele. 

"Admitir e demitir são faculdades do presidente da República, isso não é o problema. A forma desleal e traiçoeira e mentirosa com que se deu o episódio, aquilo é traumatizante gera mágoas", afirmou. 

Para o ex-ministro, a postura de Bolsonaro não é a mesma de antes dele assumir a Presidência. Bebianno criticou os constantes ataques de Bolsonaro à imprensa e condenou ao que ele chamou de "agressividade de área", ao comentar as atitudes do presidente perante os que não concordam com o governo. "Metade do Brasil não pensa como o núcleo bolsonarista. Eu me pergunto: Vão fazer o que com essas pessoas? Vão matá-los? Vão jogar dentro de um oceano?" questionou.

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