Gabinete de Eduardo é vinculado aos ataques virtuais
Site e página no Facebook teria sido criada por assessor do deputado federal, dado está em um relatório entregue para a CPMI das Fake News
Um documento enviado para a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News revela que uma das páginas utilizadas para ataques virtuais aos grupos adversários do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi criada em um computador na Câmara dos Deputados. O relatório também informa que há registros da página a partir do celular de um secretário parlamentar do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
A página em questão chama-se Bolsofeios. Nela há ataques contra jornalistas, bem como o Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e políticos de oposição. Em um dos vídeos publicados na página no Facebook há ofensas contra Maia, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e os ministros da Corte. Na publicação, eles estão sendo comparados com doenças contagiosas.
Um reportagem do UOL , publicada nessa quarta-feira (4), mostrou a quebra de sigilo do gabinete do filho de Bolsonaro. O documento o qual o veículo teve acesso foi encaminhado para a comissão após um requerimento feito pelo deputado Túlio Gadelha (PDT-PE), tendo como base as denúncias da deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP).
As denúncias anunciadas pela parlamentar são de 4 de dezembro de 2019. Na época, ela apontou que a página Bolsofeios era administrada pelo assessor de Eduardo, Eduardo Guimarães. Além da denúncia da página, Hasselmann apresentou um outro grupo secreto nomeado de "gabinete do ódio" que fazia ataques a desafetos da família Bolsonaro.
Os conteúdos deverão ser analisados pela CPMI para que sejam tomadas as providências.
"Tentativa de usurpação da democracia"
A ex-candidata à Presidência da República, Marina Silva (Rede), reprovou os ataques virtuais promovidos pelas páginas bolsonaristas que atingem diretamente o STF e o Congresso. Para Marina, tal prática é uma "tentativa de usurpação da democracia" financiada com o dinheiro público.