PF intima Carlos e Eduardo Bolsonaro a depor, diz CNN
Os filhos do presidente terão que dar explicações sobre atos antidemocráticos
A Polícia Federal, segundo o canal CNN, intimou o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (Republicanos), ambos filhos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a depor no inquérito 4828 do Supremo Tribunal Federal, que investiga supostos atos antidemocráticos realizados no início do ano, entre abril e maio.
A PF não informou se o depoimento de Carlos Bolsonaro, que estava marcado para o último dia 10, já foi realizado. A oitiva a seu irmão, Eduardo, está prevista para a próxima terça-feira (22), segundo a CNN, que teve acesso aos autos do inquérito, apesar de o mesmo ser conduzido em segredo de Justiça.
Monetização
A solicitação para que os irmãos Bolsonaro sejam ouvidos foi feita em um momento no qual o inquérito avança em investigações para entender quais são as fontes de monetização e até suposta lavagem de dinheiro dentro da organização dos atos antidemocráticos que teriam contado com a participação do presidente da República.
Por sua vez, a Procuradoria-Geral da República (PGR) busca limitar o alcance da investigação, para que ela não venha a atingir o próprio presidente Bolsonaro. Uma petição assinada em 27 de agosto pelo vice-procurador-geral da República, Humberto Jaques, afirma categoricamente que, por hora, nem Bolsonaro nem assessores próximos à família presidencial devem ser alvos de investigação.
No STF, quem conduz o inquérito sobre os atos antidemocráticos é o ministro Alexandre de Moraes, que recentemente deu entrevista falando a respeito da monetização e lavagem de dinheiro em grupos que participam de atos antidemocráticos e criam fake news em massa.
Em despacho recente, a delegada da Polícia Federal que conduz a investigação no órgão executor, Denisse Dias Ribeiro, pediu ao ministro diligências contra o Foco do Brasil, um dos principais canais conservadores do País, que chegou a transmitir os atos do dia 19 de abril, que motivaram o inquérito. Até o presente momento, Carlos e Eduardo Bolsonaro não se manifestaram publicamente sobre a intimação.
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