Professora da UFRPE é intimada após criticar Bolsonaro

Erika Suruagy é alvo de inquérito da Polícia Federal que apura a colocação de outdoors contra o Presidente da República

por Julianna Valença qua, 10/03/2021 - 13:51
Reprodução/Facebook Erika Suruagy, professora da UFRPE que é investigada pela PF Reprodução/Facebook

A professora da UFRPE Erika Suruagy, vice-presidente da Associação dos Docentes da UFRPE (Aduferpe), foi intimada pela Polícia Federal para depor em inquérito que apura a colocação de outdoors com críticas à gestão de Jair Bolsonaro (sem partido). O processo foi movido pelo próprio Bolsonaro em função do material divulgado pela instituição.

Os outdoors, espalhados por cidades em Pernambuco no final de 2020, apresentavam a foto do atual presidente com dizeres “O senhor da morte chefiando o país/ No Brasil, mais de 120.000 mortes de Covid-19”.

“De modo absurdo e afrontoso às liberdades políticas inscritas na constituição de 1988, a polícia federal dá continuidade à infundada queixa e, buscando afetar individualmente à professora e militante, estica questões que poderia ser ceifada de início, tendo em conta não só o próprio o conteúdo das liberdades de manifestação e oposição política ao governo, como também à cruel verdade expressa no outdoor, que se refere ao descalabro na gestão pandêmica”, diz a nota da Aduferpe.

No texto, a instituição também falou sobre a advertência da Controladoria Geral da União (CGU) que docentes da UFpel receberam após fazerem críticas a Jair Bolsonaro em live.

“Esta medida aparece no bojo de um curto período em que outras marcas de perseguição a docente se mostraram… e os TACS assinados por colegas da universidade federal de pelotas, que lhe impõe uma verdadeira mordaça ante os termos abertos e suscetíveis a arbítrios de administração”

Em suas redes sociais, a UFRPE prestou solidariedade à docente Erika Suruagy, e reiterou: "Reafirma-se o direito legítimo a manifestações públicas, sejam de origem do movimento sindical ou de qualquer outra, ressaltando-se o caráter inconstitucional e inadmissível da censura”.

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