Servidores protestam contra previdência de João Campos
Mobilização, articulada pelo Fórum dos Servidores do Recife organizado pela CUT, se concentra em frente à Câmara Municipal, que deve discutir o projeto do prefeito nesta segunda (21)
Na manhã desta segunda-feira (21), servidores municipais protestam contra a Reforma da Previdência proposta pelo prefeito João Campos (PSB), que altera o regime previdenciário de cerca de 19 mil trabalhadores. A mobilização interdita a Rua Princesa Isabel, no bairro da Boa Vista, e acontece diante da Câmara Municipal dos Vereadores, que deve votar o projeto em sessão prevista para as 10h.
Os manifestantes atearam fogo em pneus dispostos na via, mas o Corpo de Bombeiros esteve no local para conter as chamas. Em razão da mobilização, agentes da Guarda Municipal interditaram parcialmente a Avenida Cruz Cabugá, no sentido subúrbio.
O projeto de Reforma da Previdência, encaminhado à Câmara em regime de urgência, propõe o aumento de 12,82% para 14% da alíquota de contribuição previdenciária para todos os funcionários. São sugeridas ainda as idades mínimas de 61 e 64 anos para que mulheres e homens se aposentem, respectivamente.
“A contrarreforma da Previdência do prefeito João Campos chega a piorar a situação do povo recifense, principalmente da mulher trabalhadora, que representa a maioria dos servidores do Recife e recebem menos de um salário mínimo. O projeto aumenta a idade da mulher para mais de seis anos e com tempo mínimo de 40 anos de serviço. Pune a mulher trabalhadora, enquanto o homem só recebe sua aposentadoria três anos depois”, declara a coordenadora do Fórum dos Servidores do Recife pela CUT, Andrea Batista.
Acampamento
Trabalhadores acampam em frente à Câmara dos Vereadores desde o dia 14 de junho. (Marília Parente/LeiaJá Imagens)
Cerca de 30 trabalhadores estão acampados em barracas montadas diante da escadaria da Câmara dos Vereadores, desde o dia 14 de junho. “A semana inteira estamos aqui acampando debaixo de chuva e sol pra ver se a gente sensibiliza os vereadores para votarem contra esse pacote de maldades de João Campos, que faz uma reforma igual e em alguns pontos até pior do que a de Bolsonaro. Ele aumenta nosso tempo de serviço e reduz em 50% o valor da pensão”, afirma o membro da coordenação colegiada da Associação dos Trabalhadores de Assistência Social, Fagner Valença.