RJ: ex-vereador é preso envolvido em guerra entre milícias

Os agentes também cumpriram um mandado de prisão contra Ronnie Lessa, réu preso, apontado pelas investigações como executor do crime

sex, 30/07/2021 - 15:30
Divulgação Policiais conduzem o ex-vereador e líder de milícias, Cristiano Girão Divulgação

A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu, nesta sexta-feira (30), o ex-vereador Cristiano Girão Martins, contra o qual existia mandado de prisão preventiva em aberto por duplo homicídio qualificado. Os agentes também cumpriram um mandado de prisão contra Ronnie Lessa, réu preso - pela morte da vereadora Marielle Franco - apontado pelas investigações como executor do crime, e diversos mandados de busca e apreensão ligados aos alvos nos estados de São Paulo e no Rio de Janeiro.

A operação policial aconteceu após trabalho de inteligência, monitoramento e vigilância do acusado, que foi localizado e preso no bairro Pari, área central da cidade de São Paulo, onde residia atualmente. A ação foi realizada pela equipe da DHC, com apoio da Polícia Civil paulista, para cumprimento de mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça.

Girão foi surpreendido quando dirigia seu carro, após ter saído, ainda na madrugada, da loja onde dormia para evitar sua localização. Segundo as investigações, ele passou a adotar tal rotina depois da veiculação de notícia que apontava que havia um pedido de prisão contra ele.

De acordo com as investigações, a motivação do duplo homicídio seria uma disputa territorial entre grupos de milicianos comandados por Cristiano Girão contra a facção criminosa liderada por uma das vítimas, que tentava dominar a região da Gardênia Azul, na Zona Oeste, após a prisão do ex-vereador, que buscou retomar o domínio financeiro da organização sobre a comunidade e contratou Ronnie Lessa, mediante pagamento, para a execução do crime.

Ligação com caso Marielle

A viúva do ex-capitão do BOPE e miliciano Adriano da Nóbrega, morto na Bahia, afirmou que a ordem para a execução da vereadora Marielle Franco teria partido de Cristiano Girão. No entanto, essa tese foi refutada por amigos, familiares e companheiros de partido da política.

Presidente da CPI das Milícias em 2008, o deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ), explicou a "carreira" do ex-vereador e ex-bombeiro, que já havia sido preso antes:

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