Temer sobre ataque de Bolsonaro ao STF: 'coisa do passado'

Ex-presidente foi mediador de reunião entre Jair Bolsonaro e Alexandre de Moraes nessa quinta-feira (9)

por Vitória Silva sex, 10/09/2021 - 10:00
Marcelo Camargo/Agência Brasil Michel Temer, ex-presidente interino da República Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ex-presidente Michel Temer acredita que os Poderes e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) podem ter chegado, finalmente, a um estado de resolução. Temer, que foi mediador de uma conversa entre o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Bolsonaro, nessa quinta-feira (9), diz que os ataques do mandatário ao STF já são coisa do passado. A declaração foi feita em entrevista à CNN, considerando o pronunciamento feito à nação no mesmo dia.

“Aquelas frases no estilo ‘não vou cumprir decisão judicial’, eu acho que a partir de hoje, pelo menos muito fortemente essa sensação na conversa muito objetiva que Bolsonaro teve comigo, eu sinto isto é coisa do passado. Como se diz, ‘olha, vamos contar o tempo a partir daqui’, é porque ele vai pautar-se por esse documento, por essa declaração que lançou no dia de hoje”, afirmou o ex-presidente.

Em uma “declaração à nação” divulgada nesta quinta (9), Bolsonaro negou que tenha a intenção de atacar os outros Poderes ou não cumprir ordens judiciais. A ação ocorre dois dias após o presidente afirmar em discursos em Brasília e São Paulo que não acataria mais nenhuma decisão tomada por Moraes. Temer, uma outra vez, agiu como mediador e ajudou na redação da nota. O ex-presidente encontrou-se com Bolsonaro na tentativa do governo em tentar mediar as repercussões políticas após as manifestações de 7 de Setembro.

“Ao meu modo de ver, este documento que tivemos oportunidade de sugerir, colaborar, é um documento que revela um compromisso dele com a constituição, com a harmonia entre os Poderes. Faz até uma referência ao ministro Alexandre de Moraes, em face da fala que ele teve durante aquele encontro na Paulista”, continuou o emedebista.

Temer ainda afirmou que espera que este gesto sinalize um começo de pacificação na relação entre as instituições brasileiras.

“O que se espera é que os outros Poderes caminhem para a ideia da pacificação, da harmonia no nosso país. Se ocorrer, por exemplo, de um dos Poderes dizer ‘não acredito nele, não vai dar certo, nós vamos criticar’, eu penso que daí dá um pretexto para ele dizer que ‘eu tentei fazer, mas ninguém quer conversa'”, analisou.

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