Quem são os pastores envolvidos no lobby do MEC

Os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura estão envolvidos no suposto caso do 'gabinete paralelo' do MEC

por Alice Albuquerque seg, 28/03/2022 - 20:57
Reprodução/Instagram Pastor Gilmar Santos, ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro e pastor Arilton Moura Reprodução/Instagram

Com um perfil mais midiático, diferente dos pastores mais “tradicionais”, o pastor Gilmar dos Santos, pastor presidente do da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil e envolvido no lobby do Ministério da Educação sobre a distribuição de verba para os municípios, divulga em seu Instagram que está há 40 anos pregando o evangelho. 

Apesar de ser influente no Ministério da Educação, o pastor não tem nenhum cargo na pasta - nem ele e nem o pastor Arilton -  e a maioria das suas publicações no Instagram, com 154 mil seguidores, é com pregação e momentos das pregações feitas por ele. Além disso, ele também oferece um curso online teológico para pregadores e vocacionados, com “o objetivo de preparar jovens, obreiros, pregadores e líderes com vistas à formação bíblica e teológica. Contribuir para o aperfeiçoamento do ministério, para a pregação do ensino da Palavra de Deus”. 

Ele é casado com a pastora Raimundinha há 38, que não aparece muito nas suas publicações do Instagram, e mora em Aparecida de Goiânia, em Goiás.

Em setembro de 2021, o pastor Gilmar realizou um culto que convocou a igreja para clamar “em favor de Bolsonaro” e, em dezembro do mesmo ano, ele teria prometido ao ministro da Casa Civil, Sérgio Nogueira, que apoiaria a campanha para a reeleição de Bolsonaro. 

Pastor Arilton Moura

Diferente do pastor Gilmar, o pastor Arilton Moura tem um perfil mais discreto e, em uma das suas contas nas redes sociais, se identifica como morador do Pará. Ele preside o Conselho Político da entidade da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros de Assembleias de Deus no Brasil Cristo Para Todos. 

Em maio de 2018 ele chegou a ser nomeado para o cargo de secretário estadual extraordinário de Integração de Ações Comunitárias, pelo então governador do Pará, Simão Jatene (PSDB), e foi exonerado do cargo em 1º de novembro do mesmo ano. 

No entanto, em 2020, Arilton passou um mês em cargo de confiança na Liderança do MDB na Câmara dos deputados e, em registros do Tribunal Regional do Pará (TRE-PA), ele aparece como presidente estadual do antigo PHS, incorporado pelo atual Podemos. 

Mencionado no lobby do suposto gabinete paralelo do MEC, Moura esteve 24 vezes no Palácio do Planalto durante o primeiro ano do governo Jair Bolsonaro (PL), segundo o Jornal Nacional com base em informações do gabinete da presidência. 

A agenda do presidente Bolsonaro mostra que ele, Arilton e Gilmar estiveram juntos pelo menos quatro vezes entre 2019 e 2021. 

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