Lula sobre números da fome: 'o país andou para trás'

O levantamento da Rede Pressan apontou que o Brasil tem 33 milhões de pessoas sem comida e regrediu ao patamar enfrentado na década de 90

qua, 08/06/2022 - 10:42
Fernando Frazão/Agência Brasil Ex-presidente Lula faz discurso Fernando Frazão/Agência Brasil

O 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, divulgado nesta quarta-feira (8) pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN), alertou para o aumento da fome no país. Segundo o estudo, 33,1 milhões de pessoas não têm o que comer diariamente.

Em números absolutos, 14 milhões de pessoas passam fome no Brasil, constituindo aproximadamente 15% das famílias. A pesquisa também identificou que 125,2 milhões de brasileiros, equivalente a 58,7% da população, vivem em insegurança alimentar. Os índices se equiparam à realidade vivenciada na década de 90, apontou a PENSSAN.

O ex-presidente Lula (PT) se posicionou sobre os dados e lembrou que seu governo priorizou a garantia alimentos à população. "[...] tiramos o Brasil do Mapa da Fome. Mas infelizmente nosso país andou para trás e o flagelo da fome voltou para 33 milhões de pessoas. Vamos ter que reconstruir nosso país", escreveu em seu perfil nas redes sociais.

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Na primeira versão da pesquisa, divulgada em abril do ano passado, 19 milhões de brasileiros não tinham o que comer em 2020 e 10,3 milhões em 2018. Um aumento que corresponde a cerca de 9 milhões.

A PENSSAN indicou que a falta de atuação da gestão federal influenciou para o aumento da fome no país. “A continuidade do desmonte de políticas públicas, a piora no cenário econômico, o acirramento das desigualdades sociais e o segundo ano da pandemia da Covid-19 tornaram o quadro desta segunda pesquisa ainda mais perverso”, destacou a instituição. "Os caminhos escolhidos para a política econômica e a gestão inconsequente da pandemia só poderiam levar ao aumento ainda mais escandaloso da desigualdade social e da fome no nosso país”, acrescentou a médica epidemiologista e pesquisadora Ana Maria Segall.

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