Lula sobre números da fome: 'o país andou para trás'
O levantamento da Rede Pressan apontou que o Brasil tem 33 milhões de pessoas sem comida e regrediu ao patamar enfrentado na década de 90
O 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, divulgado nesta quarta-feira (8) pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN), alertou para o aumento da fome no país. Segundo o estudo, 33,1 milhões de pessoas não têm o que comer diariamente.
Em números absolutos, 14 milhões de pessoas passam fome no Brasil, constituindo aproximadamente 15% das famílias. A pesquisa também identificou que 125,2 milhões de brasileiros, equivalente a 58,7% da população, vivem em insegurança alimentar. Os índices se equiparam à realidade vivenciada na década de 90, apontou a PENSSAN.
O ex-presidente Lula (PT) se posicionou sobre os dados e lembrou que seu governo priorizou a garantia alimentos à população. "[...] tiramos o Brasil do Mapa da Fome. Mas infelizmente nosso país andou para trás e o flagelo da fome voltou para 33 milhões de pessoas. Vamos ter que reconstruir nosso país", escreveu em seu perfil nas redes sociais.
Na primeira versão da pesquisa, divulgada em abril do ano passado, 19 milhões de brasileiros não tinham o que comer em 2020 e 10,3 milhões em 2018. Um aumento que corresponde a cerca de 9 milhões.
A PENSSAN indicou que a falta de atuação da gestão federal influenciou para o aumento da fome no país. “A continuidade do desmonte de políticas públicas, a piora no cenário econômico, o acirramento das desigualdades sociais e o segundo ano da pandemia da Covid-19 tornaram o quadro desta segunda pesquisa ainda mais perverso”, destacou a instituição. "Os caminhos escolhidos para a política econômica e a gestão inconsequente da pandemia só poderiam levar ao aumento ainda mais escandaloso da desigualdade social e da fome no nosso país”, acrescentou a médica epidemiologista e pesquisadora Ana Maria Segall.