TSE manda Instagram retirar vídeo de Eduardo Bolsonaro

De acordo com o ministro Raul Araújo, o conteúdo busca desinformar os seguidores ao sugerir que Ciro Gomes (PDT) é contrário à fé cristã

sab, 20/08/2022 - 13:08
Reprodução/Instagram Eduardo Bolsonaro ao lado do presidente Jair Bolsonaro Reprodução/Instagram

O ministro Raul Araújo, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou que o Instagram retire do ar o vídeo publicado pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-RJ). A gravação sugere que o atual candidato à presidência da república Ciro Gomes (PDT) é contrário às religiões católica e pentecostais, e pretende promover um certo enfraquecimento da moral cristã no país.

Na decisão, Araújo comunica que o vídeo busca desinformar os seguidores e apresentar falas retiradas do contexto. "A postagem impugnada [de Eduardo Bolsonaro] induz à desinformação, por meio da descontextualização de falas, objetivando construir posicionamentos contraditórios do candidato do PDT em relação à religião, e, além disso, o explícito sugestionamento de conclusões inverídicas a serem extraídas das imagens e textos divulgados no vídeo", escreveu o ministro.

No vídeo publicado pelo deputado, são compartilhados trechos de palestras em que Ciro Gomes fala frases como “quero o controle social e o fim da ilusão moralista católica” e que “temos que achar uma equação entre dinheiro e política, que também se liberte da moral católica e da moral neopentecostal”.

Na legenda do conteúdo, Eduardo Bolsonaro escreve a seguinte frase: "Entenda uma coisa, a esquerda odeia os cristãos. Para eles os sacerdotes são concorrentes e a moral judaico cristã, incompatível com o socialismo /comunismo /bolivarianismo."

Para o ministro Raul Araújo, os trechos são manipulados e dissociados do seu contexto real, para induzir que Ciro Gomes se posiciona contrariamente à fé cristã, o que demonstra a intenção de Eduardo Bolsonaro em prejudicar o candidato à presidência, em meio ao período eleitoral. Araújo ainda afirma a necessidade de preservar a veracidade dos fatos. "A proteção ao direito da veracidade da informação e da honra dos atores do processo eleitoral é uma diretriz para que a Justiça Eleitoral exerça seu papel de reguladora pontual do certame", destaca o ministro.

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