Ex de Pazuello diz que ele festejava na crise do oxigênio
De acordo com a ex-mulher do ex-ministro, ele disse que estava preocupado em “comprar os sacos pretos”
A ex-esposa do general Eduardo Pazuello, que foi ministro da Saúde do governo Bolsonaro entre os anos de 2020 e 2021, promovia festas em Manaus com a equipe da pasta enquanto o Estado passava pela grande crise do oxigênio em janeiro de 2021, que tirou a vida de centenas de pessoas. De acordo com ela, Pazuello disse que estava preocupado em “comprar os sacos pretos”.
A dentista Andréa Barbosa fez as revelações durante entrevista ao canal My News. Ela também disse ter participado de uma das festas. “A única festa que eu estive presente foi em 26 de maio de 2020, ele tinha recém sido nomeado ministro e eu tinha chegado em Manaus naquele mês porque ainda fiquei um tempo para ir para lá, fazendo mudança no meio da pandemia e isolada”, disse a dentista. Ela e o ex-marido são naturais de Manaus.
Andréa falou das festas e da preocupação de Pazuello ao mencionar uma coletiva dada por ele, a qual mencionou ter sido procurado por uma cunhada que pedia oxigênio para o irmão, mas a cunhada em questão não era a irmã dela. “Muita gente me ligou perguntando se era minha irmã, e eu disse que não, que ela não morava mais em Manaus. Acho que ele está falando da cunhada, ex-mulher do irmão dele. Nesse dia eu liguei para ele e surtei. Eu falava que o que ele estava fazendo era crime, que ele seria responsabilizado, que era negligência, sim, que tinha gente morrendo a um quilômetro abaixo da casa dele, no momento em que ele estava dando uma festa”, disse, ao citar uma outra festa.
Pazuello debochou da preocupação de Andréa e da morte dos brasileiros que estavam morrendo pela falta de oxigênio. “Eu gritava com ele no telefone: ‘você está dando uma festa, comemorando o que?’. ‘Você não tem nada a ver com isso, eu tenho uma preocupação, sim. Estou preocupado em comprar os sacos pretos’”, revelou. Segundo ela, Pazuello ainda completou: “para de comprar essas mentirinhas”.
“O Eduardo não sabe o que é vírus. Ele falou que a cloroquina era um antiviral em pleno depoimento na CPI [da Covid]. Ele nunca soube o que era o SUS, e isso me ofende muito porque eu vivi o SUS, sou dentista, já fui da saúde pública, já fiz atendimento público”, afirmou Andréa.