20 anos do caso Richthofen: como e onde estão os acusados
O assassinato do casal Marísia e Manfred von Richthofen idealizado pela filha, o namorado e o irmão do namorado completa 20 anos nesta segunda-feira, 31 de outubro
Um dos assassinatos que mais chocou o Brasil faz aniversário de 20 anos neste 31 de outubro: o caso Suzane von Richthofen, que matou seus pais, o casal Marísia e Manfred von Richthofen na mansão onde moravam, em São Paulo.
O casal foi morto na cama onde dormiam por Suzane, pelo namorado dela, Daniel Cravinhos, e pelo irmão dele, Cristian Cravinhos. Marísia e Manfred foram assassinados a pauladas, por um crime arquitetado pela filha, que forjou um latrocínio junto ao namorado e ao cunhado. Dez dias depois da investigação minuciosa da polícia o duplo homicídio foi confessado, em 2002.
De acordo com as informações da perícia da investigação, Daniel Cravinhos desferiu pauladas em Manfred, o pai de Suzane, e seu irmão, Cristian, em Marísia, a mãe. As pauladas foram tão fortes que os ossos e massa encefálica espalharam-se pelo quarto.
Além disso, para certificar-se das mortes, Cristian enfiou uma toalha na cabeça de Marísia e a envolveu com um saco plástico, e Daniel, uma toalha molhada para cobrir a cabeça e impedir a respiração de Manfred. Depois, foram em busca de um revólver e deixaram ao lado do corpo de Manfred.
Enquanto isso, Suzane tentava criar o cenário do roubo para qualificar o latrocínio. Ela espalhou joias da mãe da casa, entregou algumas para Cristian, além de dinheiro, já que sabia onde tudo estava guardado.
Após isso, se desfizeram dos vestimentos cheios de sangue, dos porretes e foram embora da casa. Cristian foi deixado próximo à sua casa, e Daniel e Suzane foram para um motel e, uma hora depois, Suzane pegou o irmão mais novo num cibercafé, que havia sido deixado lá por ela para que não atrapalhasse os planos.
De volta para casa, Suzane encenou ao ligar para o namorado e, em seguida, para a polícia. A conclusão da denúncia é que Suzane e Daniel agiram por motivação torpe: ela, para se vingar dos pais por conta da proibição do namoro, e ele, com o objetivo de ter uma vida confortável com a herança que receberia. Já o irmão de Daniel, Cristian, agiu motivado pelo pagamento em dinheiro prometido pelo casal.
Onde estão os acusados
Suzane e Daniel foram condenados pelo júri em julho de 2006, à pena de 39 anos e 6 meses de prisão, com cumprimento total da pena finalizado em 2041, de acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo. No entanto, Daniel Cravinhos teve a concessão do cumprimento em regime aberto em janeiro de 2019 e atualmente tem uma vida discreta com a esposa, enquanto Suzane está em regime semiaberto.
Cristian, por sua vez, recentemente foi flagrado com uma munição de uso restrito em uma confusão num bar em Sorocaba, quando estava no semiaberto.
Os irmãos Cravinhos, como são conhecidos, chegaram a conviver na Penitenciária 2 de Tremembé com outros presos de crimes conhecidos, como Alexandre Nardoni, condenado a 30 anos e 2 meses de prisão pela morte da filha, Isabela Nardoni, em 2008; Mizael Bispo de Souza, acusado de matar a advogada Mércia Nakashima e Lindenberg Alves Fernandes, condenado pelo cárcere privado e morte da namorada, Eloá Pimentel.