PRF aposenta ex-diretor investigado por bloqueios ilegais
Silvinei Vasques teve gestão controversa, estando envolvido em atos antidemocráticos e uma abordagem policial que resultou na morte de um homem negro
O ex diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques, investigado por usar o cargo para apoiar bloqueios ilegais em rodovias, em favorecimento aos apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), teve pedido de aposentaria concedido, de acordo com decisão publicada no Diário Oficial nesta sexta-feira (23). O servidor também é réu por pedir votos para o mandatário, em uma ação geral de improbidade administrativa. A exoneração aconteceu na última terça-feira (20) e a aposentadoria foi aprovada um dia depois.
No dia em que deixou o cargo, o réu enviou mensagens a amigos em um aplicativo de mensagens, de acordo com o UOL. “Não baixem a cabeça”, diz o texto a “membros do Conselho Superior da PRF, gestores, policiais rodoviários federais, servidores administrativos, veteranos, pensionistas, terceirizados e estagiários”. Vasques também disse que buscou “fazer o melhor e elevar nossa instituição a patamares jamais alcançados”. “Entregamos uma instituição sólida e forte”, escreveu.
A própria PRF tem sido acusada por parlamentares e gestores de diferentes esferas, desde que as forças de fiscalização foram vistas agindo de forma omissa diante dos atos democráticos, o que, segundo o Ministério Público Federal (MPF), pode ser indício de ação por motivos políticos. O futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, já disse que o caso será investigado internamente também.
Silvanei, por exemplo, é acusado de organizar barreiras que a PRF montou em rodovias no segundo turno para abordar ônibus com eleitores, descumprindo ordens do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em um sistema de “blitz” que não é constitucional.
Gestão polêmica
Silvinei Vasques foi também o diretor que esteve à frente da PRF quando agentes federais rodoviários prenderam Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, por pilotar uma moto sem capacete. Na ocasião, os policiais encurralaram o homem, amarram pés e mãos, o agrediram e o colocaram no porta-malas da viatura.
Imagens mostraram que os agentes encheram o veículo de gás, usando uma bomba de gás lacrimogênio. Genivaldo, que tinha problemas mentais, morreu de asfixia e insuficiência respiratória.
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