Governo Lula já exonerou 80 militares das Forças Armadas
O presidente Lula (PT) confessou estar se sentindo ameaçado pelos militares após a atuação na Praça dos Três Poderes, em Brasília
O governo Lula (PT) ampliou a lista de militares das Forças Armadas exonerados das funções de segurança da Presidência da República para 84 até o momento. Até a quinta-feira (18), havia sido publicada no Diário Oficial a exoneração de 46 integrantes das Forças Armadas que atuavam no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), responsável pela segurança do presidente, vice-presidente, do Palácio do Planalto e das residências oficiais.
Outros 38 militares também chegaram a ser dispensados pelo presidente Lula ao longo da última semana. Eles cuidavam da segurança e administração do Palácio da Alvorada e da Granja do Torto. A decisão da série de exonerações feitas pelo petista se dá pela “perda de confiança” em parte dos militares, o que já foi assumido publicamente pelo presidente.
“Eu perdi a confiança. Na hora de recuperar a confiança, eu volto à normalidade”, confessou ao jornal Estado de S.Paulo, comentar sobre a sensação de ameaça após a invasão e destruição física e patrimonial dos Três Poderes, em Brasília. No entanto, de acordo com o ministro da Casa Civil Rui Costa, mais demissões estão por vir, a maior parte deve ocorrer a partir do dia 23 de janeiro.
“O grosso das nomeações e exonerações será feito a partir do dia 23 até o fim do mês. Tem muita gente para sair e entrar. O governo que saiu tem pouca ou nenhuma sintonia com o que entrou, o pensamento em todas as áreas é muito diferente, portanto não poderíamos conviver com os mesmos assessores”, pontuou. Encontro com Forças Armadas O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reuniu-se nesta sexta-feira (20), no Palácio do Planalto, com o ministro da Defesa José Múcio, e comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica.
No encontro, o petista disse que quer renovar a confiança nas Forças Armadas, segundo Múcio. “Ele [Lula] tem consciência, e as Forças Armadas também, da atenção que deu às Forças Armadas. E quis renovar essa confiança. Evidentemente não poderíamos ficar nessa agenda última, temos que pensar para a frente, pacificar esse País e governar”, afirmou o ministro.
Múcio contou, ainda, que os comandantes concordaram em abrir processos para apurar e punir casos de militares que insubordinariam, em manifestações nas redes sociais, ou que tiveram envolvimento nos atos terroristas de 8 de janeiro. Para ele, não houve envolvimento das Forças nos ataques. “Eu entendo que não houve envolvimento direto das Forças Armadas. Se algum elemento individualmente teve participação, ele vai responder como cidadão”, disse.