Flávio diz que Lula 'silencia' diante ditadura de Ortega

Senador citou fechamento da embaixada do Vaticano na Nicarágua e voltou a abordar perseguição a cristãos

por Vitória Silva seg, 13/03/2023 - 09:59
Jefferson Rudy/Agência Senado Senador Flávio Bolsonaro Jefferson Rudy/Agência Senado

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) voltou a criticar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por sua associação ao presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, a quem o parlamentar chama de ditador. Ortega é fortemente criticado pela comunidade internacional e leva a alcunha de autoritário pela forma como governa. Após descontamento público com uma fala do Papa Francisco, o nicaraguense fechou, nesse domingo (12), a embaixada do Vaticano no país.

“Ao silenciar sobre a ditadura de Ortega, Lula demonstra que comunga dos mesmos 'valores' do presidente da Nicarágua. Nunca foi pela democracia, sempre foi pelo totalitarismo, pelo fim da liberdade e pelo seu projeto pessoal de poder”, escreveu Flávio Bolsonaro nas redes sociais. O parlamentar acredita que Lula, além de apoiar “ditaduras de esquerda”, também apoia ações de perseguição aos cristãos. 

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Lula e Ortega possuem uma boa relação diplomática e o presidente brasileiro já foi criticado por minimizar o autoritarismo do presidente sandinista. O fechamento da embaixada do Vaticano na Nicarágua foi confirmado à Reuters por uma autoridade da Igreja Católica. A medida ocorre dias depois da divulgação da entrevista em que o Papa Francisco chamou o regime nicaraguense de “ditadura grosseira” e disse que o ditador tem “desequilíbrio”. 

"Perseguição" a cristãos

A narrativa de perseguição religiosa é antiga entre a bolha bolsonarista ao se referir a políticos e movimentos de esquerda. Por Lula ter acesso a uma agenda progressista, que flerta com temas como a identidade de gênero, encarceramento e drogas, frequentemente o presidente brasileiro é taxado de falso cristão por não andar junto ao espectro conservador, apesar de ser católico desde criança.

Em outubro do ano passado, o ministro Paulo de Tarso Sanseverino, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou a remoção de publicações do senador Flávio Bolsonaro, do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e de outras pessoas, dizendo que Lula defendeu a invasão de igrejas e a perseguição de cristãos. Segundo o ministro, as postagens "transmitem de forma intencional e maliciosa" a mensagem de que Lula é aliado de Daniel Ortega, e assim, será contra os evangélicos e perseguirá cristãos. 

 

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